O analista de serviços de tecnologia Diogo Henrique Costa usará a primeira parcela do 13º salário de maneira inteligente, diriam os especialistas: vai separar uma parte para pagar seu apartamento e outra para os impostos do início do ano. Costa é equilibrado nas contas. Apesar de ter uma dívida alta com o imóvel, ele planeja todos os compromissos financeiros que terá durante o ano e faz de tudo para preservar o dinheiro extra. “É raro usar esse salário com coisas supérfluas”, disse. Ele e a mulher já compraram todos os presentes de Natal para a família, mas nada com o salário extra. Eles fizeram um planejamento do quanto era possível gastar com os presentes e cumpriram rigorosamente o valor estipulado para não estourar o orçamento e ter de usar o 13º.
Segundo o especialista em finanças pessoais Mauro Calil, quando as pessoas fazem um planejamento financeiro adequado durante o ano, o 13º salário sobra porque não será necessário usar o dinheiro com os gastos de fim de ano. “O ideal seria que a pessoa conseguisse investir 100% desse salário extra”, disse. Porém, apesar de ser o ideal a fazer, o jeito como Costa lida com o salário ainda não é a realidade entre a maioria dos brasileiros, que adora gastar. “É cultura do brasileiro sempre gastar, as pessoas não pensam em poupar”, afirmou o educador financeiro Pedro Baggio. “Muitas vezes as pessoas gastam aquilo que não têm.”
Para quem tem dívidas, o primeiro passo é tentar quitá-las para não começar o ano com pendências financeiras. Ter o dinheiro em mãos é vantajoso para quem quer um desconto na hora de negociar com o credor. O impulso de gastar o 13º pode se tornar um problema maior porque a pessoa nunca consegue quitar as pendências financeiras e começa o ano com a conta no vermelho. “O dinheiro vem e vai embora e a pessoa fica com as dívidas”, disse o consultor.
Em tempos de crise na Europa e de incerteza dos mercados, a dica dos especialistas é tentar evitar o consumo desenfreado e poupar o que for possível. As empresas devem depositar a primeira parcela do 13º até esta quarta-feira (30). A segunda parcela tem de entrar na conta do trabalhador até o dia 20.
Abaixo, relacionamos algumas dicas de como usar seu 13º de forma equilbrada.
Fonte: Keila Cândido e Gustavo Campoy/Revista Época
