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Fantástico Mostrou Todo o Desenrolar do Seqüestro do Garoto Pedro Paulo de Imperatriz

Data do post: 16/07/2012 20:02:16 - Visualizações: (1202)

Seqüestradores se diziam profissionais e que não seriam pegos pela polícia. Prazo de 10 dias foi estipulado para pagamento de R$ 500 mil por resgate.

Nesta semana, o menino Pedro Paulo Lemes, de apenas cinco anos, reencontrou os pais depois de passar 14 dias em um cativeiro. Ele foi levado por seqüestradores de dentro da própria casa, em Imperatriz. Após o resgate do menino e da prisão de alguns suspeitos de envolvimento no caso, o Fantástico mostrou, neste domingo (15), o emocionante reencontro do menino com os pais e, com exclusividade, a assustadora mensagem deixada pelo grupo de seqüestradores. (Assistam a Reportagem no vídeo ao lado)

O pesadelo da família começou na manhã do dia 27 de junho. Eram quase 6h quando dois homens aproveitaram a chegada da empregada e invadiram a casa da família, mas o que parecia um assalto, se tornou algo bem pior. Os homens eram seqüestradores que saíram de Imperatriz, levando o menino e o carro da família, dona de uma pequena empresa na cidade. O carro usado na fuga foi abandonado no mesmo dia na cidade de Sítio Novo, no estado de Tocantins, a20 quilômetrosda casa da família.

O primeiro contato aconteceu quase 36 horas depois do sequestro. Uma mensagem enviada por telefone celular indicava a localização de um ponto em uma rodovia a130 quilômetrosdo local onde a criança havia sido levada. No lugar, o pai do menino, Jurandir Mellado, encontrou um cartão de memória com uma mensagem assustadora dos seqüestradores.

Na gravação de áudio, os homens demonstravam intimidade com a família. Na mensagem, eles deram instruções para que o pai de Pedro Paulo efetuasse o pagamento de um resgate no valor de R$ 500 mil e mentiram sobre estado do menino, fazendo ameaças. Os seqüestradores se disseram profissionais e apresentaram diversas condições para o pagamento.

A prova de que a criança estava viva veio no dia 7 de julho, em um vídeo gravado no local do cativeiro, com o menino pedindo ao pai que fosse buscá-lo. Três dias depois, a família da criança recebeu uma nova mensagem informando o local onde seria feito o pagamento da quantia. Vinte e duas horas após o pagamento, Pedro Paulo foi libertado, na terça-feira (10), em frente a uma casa na cidade de Palmeirante, no Tocantins, junto a um bilhete que continha o número de telefone de seus pais.

Jurandir Mellado foi o primeiro a reencontrar o filho e enviou uma foto do dois para a esposa Elizângela Lemes. “Quando vi aquele sorriso lindo e ele, mesmo abatido, com uma cara, com sorriso de felicidade, pra mim foi a melhor sensação”, conta, emocionada, a mãe. O reencontro aconteceu na última quarta-feira (11), em Imperatriz, com muitos sorrisos. “É um alívio. Vida nova. Vamos fazer de conta que nada aconteceu e ir tocando a vida normalmente”, falou o pai de Pedro Paulo sobre o momento marcante.

Horas depois do resgate, a polícia prendeu quatro seqüestradores, entre eles um ex-funcionário do empresário Jurandir Mellado. Outras três pessoas ainda estão sendo procuradas: Antonio Luís Martins da Silva, Sebastião Soares da Silva - que já foi preso por envolvimento em outros seqüestros - e uma mulher que ainda não foi identificada. Parte do dinheiro pago no resgate também foi recuperada pela polícia.

Veja a íntegra da mensagem deixada pelos seqüestradores à família de Pedro Paulo:

"Muita atenção nas instruções a seguir. São elas que levarão seu filho de volta até você. Em primeiro lugar, não temos nenhum interesse de fazer mal ao seu filho Pedrinho. O nosso interesse é exclusivamente na quantia de R$ 500 mil que o senhor Jurandir deverá nos pagar para o ter de volta com a sua integridade física e moral preservadas. No entanto, as suas atitudes, seu Jurandir, poderão facilitar ou dificultar a vida do seu filho. Informamos que estamos preparados e qualificados para qualquer situação. Inclusive, se o senhor tentar nos enganar, avisamos que o nosso insucesso resultará na morte do seu filho.

Não haverá negociação. As instruções são para serem seguidas à risca e fique atento a possíveis trotes. Nós não faremos contato telefônico a não ser para confirmarmos se o senhor recebeu as instruções e, em nosso contato, nosso codinome será "Chorrim". Segundo Pedrinho, esse é o nome do seu cachorro que morreu, então entenda, quando contatarmos o senhor, nos identificaremos com o nome de "Chorrim", aí o senhor saberá que somos nós.

Pedimos ainda, senhor Jurandir, que o senhor não envolva a polícia. O senhor tem o poder de afastá-los do caso. Lembre-se, é a vida do seu filho que está em jogo e é natural o ser humano preservar a vida, então preserve a vida do seu filho. Depois, a polícia que aja de maneira que ela achar que deva agir. A polícia vai dizer ao senhor que será capaz de nos identificar e de nos prender e é mentira, isso não vai acontecer, pois nós não deixamos pistas. E eu já lhe disse que o nosso insucesso acarretará na morte do seu filho.

Eles pedirão tempo para juntar evidências, pedirão tempo para se organizar e que têm algo, sem realmente ter. Não confie neles para nada, não confie neles sequer para dizer que já está com o dinheiro pra nos pagar. Pois os mesmos serão capazes de armar um meio e simular um assalto, de tentar lhe roubar. E, atenção, o senhor só terá no máximo dez dias para o pagamento. Eu disse no máximo dez dias. Lembre-se que quanto mais breve, melhor. É a vida do seu filho que está em jogo. A decisão de manter seu filho vivo e nos pagar é sua. Sendo assim, o senhor deverá juntar a quantia específica de R$ 500 mil em cédulas não marcadas, ou em série, e em notas de R$ 100 e de R$ 50. O senhor vai colocá-las em uma mochila a seu critério. Essa mochila não deve ser monitorada de forma alguma, ela não deve conter rastreadores, porque nós estamos preparados tecnologicamente para detectar esse tipo de equipamento.

Não disperse, seu Jurandir. Esse tipo de procedimento, esse tipo de atitude idiota vai nos fazer punir seu filho e nós não teremos pudor algum em executar essa punição, porém, estando o senhor pronto para nos pagar com o dinheiro em posse e com a disponibilidade para efetuar o pagamento a qualquer momento e ainda sem o envolvimento da polícia, o senhor deverá expor na fachada de sua loja em Imperatriz uma faixa branca com letras vermelhas escrito o seguinte: "Promoção. Margarina com 20% de desconto". Entenda bem, uma faixa branca com letras vermelhas escrito "Margarina com 20% de desconto". Esse será o sinal em que nós identificaremos que o senhor está pronto - eu disse pronto para nos pagar.

Siga criteriosamente nossas instruções e lhe devolveremos o seu filho ileso. Tente dar uma de esperto, e nunca mais terá seu sossego e seu filho de volta. Quando formos informados, pelo senhor, que o senhor irá nos pagar, o senhor receberá novas instruções como deverá proceder. No entanto, já lhe informamos: leve consigo dois seguranças de sua total confiança para que não haja nenhuma atitude que leve ao senhor não chegar com o dinheiro até nós. Esse segurança vai proteger o senhor e seu dinheiro, porque ele ainda é seu, o senhor ainda não nos entregou. O senhor também receberá, durante o processo de pagamento, um outro cartão de memória com um vídeo provando que seu filho está vivo e que o senhor irá revê-lo em breve. Correndo tudo exatamente como informado, o senhor encontrará, em até 24h, seu filho são e salvo. Precisamos deste prazo para podermos conferir e verificar o dinheiro que o senhor nos entregou.

Leve consigo um equipamento que possa ler o cartão de memória, recomendo um notebook. Temos a total convicção que o seu potencial financeiro nos permitia pedir até um valor mais alto, R$ 1 milhão ou R$ 2 milhões, mas não somos ambiciosos, somos profissionais e nosso profissionalismo nos dá certeza que R$ 500 mil é fácil para o senhor nos pagar.

Senhor Jurandir, preciso enfatizar algumas situações que o senhor possa ter a burrice de ocasioná-las. Primeiro, o não cumprimento do prazo máximo de dez dias. O senhor pode ser instruído pela polícia em tentar ganhar tempo, daí o seu filho será punido. O seu filho está sendo mantido sedado por nós e nós não temos pressa, como não temos trabalho nenhum. A pressa é toda sua. E se o senhor não cumprir o prazo, nós suspenderemos a alimentação do seu filho, daí o senhor pergunte a esses especialistas quanto tempo uma criança de cinco anos consegue sobreviver sem comer ou sem beber. E se ocorrer o falecimento do garoto por falta de alimento, nós lhe informaremos e daremos ao senhor mais cinco dias, para que nos pague a metade do valor que nós solicitamos pelo cadáver congelado do seu filho. Se o senhor se abster e não nos pagar, nós incineraremos o cadáver. Aí o senhor durma tranqüilo e feliz com seu dinheiro.

Outra situação que seria a de o senhor colocar a faixa nos informando que está disposto a pagar, porém não estivesse pronto para o pagamento e frustrasse o processo, o andamento do processo de pagamento, isso será entendido por nós como uma autorização para deixarmos de ser educados e começarmos a mutilar e lhe enviar pedaços do seu filho. Seu Jurandir, imagine que seu filho tem uma doença e que o tratamento para essa doença custa apenas R$ 500 mil. Agora pergunte a sua esposa, vocês pagariam esse tratamento? Pois bem, ele está doente e o seu dinheiro é a cura.

Nos pague e terá seu filho de volta. Tome qualquer atitude diferente e o senhor servirá de exemplo para outras pessoas. Aguardamos o seu posicionamento sem burrices. Para nós, isso é apenas um negócio, um negócio onde o senhor tem o que nos queremos e nós temos o que o senhor quer. Então façamos cada um a nossa parte para fecharmos esse negócio com sucesso para ambos. Preste muita atenção nessa gravação, escute-a novamente quantas vezes for necessário e faça o que lhe pedimos."

 Prisão de Outro Suspeito

Homem pode estar envolvido no seqüestro do menino Pedro Paulo. Segundo a polícia, ele ajudou no transporte da quadrilha.

A polícia transferiu um suspeito de envolvimento no sequestro do menino Pedro Paulo Lemes. Ele foi levado de Araguaína, no Tocantins, onde foi preso, para Imperatriz na noite desse domingo (15).

O suspeito foi identificado pela polícia apenas como Wellington. De acordo com as investigações dos policiais civis e militares do Maranhão, Pará e Tocantins, ele teria participado do seqüestro oferecendo o veículo para o transporte da quadrilha que seqüestrou o menino Pedro Paulo Mendes, de cinco anos, em Imperatriz, no dia 27 de junho.

 

Do site Fantástico & G1/MA