Estimativa do Instituto nacional do câncer é de 400 novos casos da doença este ano no Estado; 50 já foram registrados pela Sesau de janeiro a junho.
A falta de hábito de ir ao médico e o preconceito em realizar exames preventivos para diagnóstico do câncer de próstata são alguns dos motivos apontados por especialistas para aumento da ocorrência da doença. Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o índice da doença no Tocantins será maior neste ano. Só deste tipo de câncer deverão surgir 400 novos casos em 2012 no Estado, a estimativa de 2010 apontava 340 casos, ou seja, previsão de 60 casos a mais. Cinqüenta deles já foram confirmados, de janeiro a junho passado, pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesau). Em 2011, 55 pessoas morreram em decorrência da doença no Tocantins.
No homem é o câncer mais freqüente e a segunda causa de morte. Segundo o Inca, foram 12.778 óbitos no País em 2010 devido à doença, que é mais comum em pessoas com mais de 50 anos, e geralmente não causa sintomas nas fases iniciais. Já nas fases mais avançadas os sintomas podem ser de obstrução do fluxo da urina, parecidos com os do aumento da próstata, sangue na urina, dor constante na região pélvica, lombar e nos ossos. As dores podem se espalhar para a bacia, coluna e outros órgãos.
Segundo o urologista e presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) no Tocantins, Guilherme Coutinho, o diagnóstico da doença é feito por três tipos de exames que se complementam no resultado final. A realização do exame pode ser através da dosagem da proteína chamada Antígeno Prostático Específico (PSA), que é feito pelo de exame de sangue, toque retal, e pela ultrassonografia. Coutinho enfatiza ainda que o toque retal e a dosagem de PSA não dizem se o indivíduo tem câncer, eles apenas sugerem a necessidade ou não de realizar mais exames.
Prevenção
Coutinho alerta ainda que a indicação é sempre fazer os exames preventivos, pois, de acordo com o avanço da idade, a tendência do PSA é aumentar, mas esclareceu que o só o aumento da PSA não atesta o câncer de próstata. Informa que por ser uma doença indolor e que não transmite sintomas, cerca de20 a30% dos pacientes chegam ao consultório com a doença em estágio avançado.
A recomendação é que a realização do toque retal e da dosagem do PSA seja feita por todos os homens a partir dos 50 anos. "Já aqueles que possuem registro familiar de câncer de próstata devem realizar esses exames a partir dos 40 anos", lembra Coutinho.
Bons hábitos
Além dos exames, manter uma alimentação saudável, não fumar, ser fisicamente ativo e visitar regularmente o médico podem contribuir para a melhoria da saúde em geral e ajudam na prevenção deste tipo de câncer. O especialista alerta também que quando o exame é feito no tempo certo, ou no início da doença, há 90% de chance de cura somente com cirurgia.
Jurbiléia Pinto/JT
