Com a construção da Usina Hidrelétrica de Estreito, parte da cidade de Filádelfia, situada na região Norte do Estado, foi atingida pela formação do lago no Rio Tocantins.
Com isso, a praia natural acabou e deu lugar a uma praia artificial, que não agradou aos banhistas e turistas, que no período de férias escolhiam o local para descanso e lazer.
A vendedora Eudilane dos Santos Luz olha com tristeza para o rio e descreve o que sente. "É lamentável. Fico muito triste de ver que nada é mais como antes. Não tem mais shows, barracas, nem a concentração de banhistas. O que vemos é mato, lixo e água suja."
Ozias Luz de Oliveira mora em Palmas, mas tem parentes na cidade. Ele contou que todo o ano curtia as férias na Praia de Filadélfia, mas agora ficou assustado com o que viu. "Esta não é a praia que eu conhecia, animada, cheia de gente bonita. Encontrei aqui só abandono, a natureza destruída pelo homem", relatou.
Quem sofreu também com o abandono da praia foi os comércio. As barracas que foram construídas no local estão todas fechadas e quem tem comércio nas proximidades reclama que as vendas caíram mais da metade. O comerciante José Alves Conceição Silva já pensa em deixar o lugar. "Quero me mudar, moro aqui há 14 anos e sempre vivi do comércio. Era muito bom na época das praias, mas agora não tenho lucro nenhum, porque não aparece ninguém pra comprar, nenhum turista", lamentou.
O JTo solicitou nota ao Consórcio Estreito Energia (Ceste), responsável pela usina, na manhã de ontem, sobre o problema, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. Ninguém da Prefeitura de Filadélfia foi encontrado para comentar o assunto.
Gláucia Mendes/JTo
