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JUSTIÇA TARDIA E FALHA: O Caso do Vigilante Adão Ribeiro

Data do post: 29/08/2012 10:51:40 - Visualizações: (5659)

Hoje completa três anos que o vigilante da UFT Adão Ribeiro da Silva foi morto a golpes na cabeça enquanto trabalhava, e até o momento ninguém foi punido pelo crime, a não ser a sua própria família que indignada escreveu a seguinte nota:

Decorridos três anos do falecimento de Adão Ribeiro da Silva, aos 40 anos de idade, vítima de espancamento (traumatismo craniano contundente) por quatro marginais, enquanto exercia sua escala noturna de trabalho como vigilante da Universidade Federal do Tocantins, Campus de Tocantinópolis, na madrugada de 21/8/2009, vindo a óbito na manhã de 29/8/2009, e o crime continua impune.

Cidadão comum, trabalhador cumpridor de seus direitos e deveres sociais, Adão deixou quatro filhos nas idades de 15, 13, 9 e 6 anos. Além de uma vida cheia de sonhos, como é de se esperar de um homem naquela idade.

O objetivo desse texto-repúdio, na verdade, não é simplesmente “lembrar” o aniversário de morte de um ente querido, como costumamos fazer com aqueles que dizem um “adeus, até breve” de nosso convívio. Entretanto, chamar atenção, mais uma vez, para a situação de marasmo que a JUSTIÇA nos faz experimentar, visto a lentidão que demarca os “precisos” passos dessa tal JUSTIÇA.

O “primeiro olhar”, do então JUIZ da Comarca de Tocantinópolis, o Dr. Nilson Afonso da Silva, desconsiderou e deu descrédito às provas e inferências levantadas pela polícia civil, sob o argumento de que as mesmas não foram suficientes para incriminar os acusados. O processo, por sua vez, segue, a passos lentos, para instâncias superiores. Enquanto isso, os acusados, além de gozar liberdade, provavelmente, “aprenderam” mais uma “lição” ensinada pela JUSTIÇA: adiante, o crime compensa!

Inimaginável será, com certeza, mensurar o grau de dor que nos acomete o coração, por saber que usufruem liberdade os acusados de causar esse crime hediondo. Daí, o crítico e chamativo título designado à matéria: JUSTIÇA TARDIA E FALHA.

Na verdade, diante da situação em que o julgamento do caso Adão Ribeiro ocorreu, essa espécie de “adormecimento” da JUSTIÇA gera, não somente insatisfação por parte da família, mas desenha um perfil de TOTAL DESCRÉDITO ao trabalho da JUSTIÇA, oportunizando perceber, com clareza, as contra faces do grupo opressor em detrimento ao oprimido.

O que será de nós, diante de tamanha incompetência e descaso? Exatamente nós, que, por obrigatoriedade, votamos, pagamos impostos e, de sobremaneira, ficamos reféns de um sistema que tece os ditames de nossas vidas passo a passo! E à JUSTIÇA, por exemplo, a quem é destinado o pagamento de bons salários, para “realizar” veredictos que desrespeitam o direito de ir e vir, de ser e poder de pobres cidadãos em pleno exercício de suas atribuições profissionais, que não é só o caso do vigilante Adão Ribeiro, mais de incontáveis casos que só findam por causar indignação.

Adão não era eterno, não é e nem será o primeiro a se vitimar dos vandalismos. Não há perspectivas para se pensar de outra forma! Mas, o que nos impede de clamar por justiça? Eloqüente Dr. Nilson Afonso da Silva, se fosse um ente querido seu, será que o julgamento teria o mesmo veredicto? Culpados ou inocentes? Que o PODER que lhe confere a Lei também possa ser ponto fulcral para ver, pensar e agir competentemente nas suas deliberações. Caso contrário, passe a cadeira para quem possa fazer bem feito.

Por Lídia Ribeiro.