Sem previsão de retorno, acadêmicos da universidade federal ainda precisam repor 50 dias letivos do primeiro semestre
Os professores da Universidade Federal do Tocantins (UFT) rejeitaram a proposta do governo federal e continuam parados. O prazo dado pelo Ministério do Planejamento para que as demais categorias realizassem acordo terminou ontem. Além dos docentes, outros servidores, como os do Instituto Nacional de Reforma Agrária e Colonização (Incra) e agentes da Polícia Federal continuam em greve.
De acordo com o professor e integrante do comando grevista da UFT Fábio Duarte, a greve continua e o fim da paralisação dos professores não está na pauta das próximas reuniões da categoria. Os docentes estão há cerca de três meses em greve. Devido à paralisação, os acadêmicos da instituição ainda precisam concluir o primeiro semestre, são cerca de 50 dias letivos a serem repostos. "Iremos discutir o calendário quando a greve acabar, ouvindo representantes dos professores e alunos. Assim que voltarem as aulas, vamos concluir os cem dias letivos, irá haver um período de recesso e daí iniciamos o segundo semestre", disse a vice-reitora da UFT, Isabel Auler, acrescentando que o período de fim de ano poderá ser prejudicado. Segundo Isabel, o edital do vestibular 2013.1 está sendo finalizado e deverá ser lançado no próximo mês, no entanto, sem previsão ainda para realização das provas, devido à greve. Na última segunda-feira (27), os técnicos administrativos da instituição voltaram ao trabalho. Eles aceitaram a proposta de reajuste de 15,8% oferecida pelo governo federal, dividida em três anos. A assessoria de comunicação do Incra disse que essa mesma proposta foi rejeitada por unanimidade no Estado e encaminhará documentação para Brasília (DF).
Acordo Já as categorias que decidiram pelo fim da greve irão realizar assembleias nos próximos dias para oficializar a decisão. O integrante do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no Estado do Tocantins Marcos Dias comunicou que a categoria irá se reunir amanhã, na sede do órgão, em Palmas, às 18 horas. Na mesma linha, os fiscais da Superintendência Federal do Tocantins (SFA). Segundo o delegado do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários, Heleno Guimarães, a categoria aceitou a proposta do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento e do Ministério do Planejamento (MP), mas com ressalvas. De acordo com ele, os fiscais estão trabalhando, mas o fim da greve será anunciado após assembléia da classe marcada para amanhã em Brasília(DF).
Proposta
O governo federal considera encerrada a negociação com a categoria desde o último dia 13, quando assinou um acordo com o Sindicato de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), que aceitou a proposta de reajuste, com percentuais que variam de 25% a 40%. O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) rejeitou o acordo e apresentou uma contraproposta ao governo, que não reabriu a negociação.
Wallissia Albuquerque e Josiane Mendes/JTo
