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Democracia, Xenofobia e Esquisitices nas Eleições de 2012

Data do post: 18/09/2012 18:07:18 - Visualizações: (1227)

As esquisitices das eleições de 2012 são as mais variadas possíveis. Inimagináveis se você for razoavelmente ético e com alguma convicção política mais sólida do que o ar empoeirado e fumegante que ronda palmas  nestes últimos dias. Dentre as mediocridades vamos pontuar algumas, que não são especificas de um único local.

1- temos candidata a prefeita, filha de senador, cujo pai tem fazendas onde foi flagrado com trabalho escravo nas suas terras e é objeto de denuncia do MPF. Tem candidato ficha suja que com seus comparsas no TRE via membros ilustres de suas famílias  ou compadrio, continua disputando o voto, pena  que memória seja um artigo descartável, em parte, resultado da pedagogia medíocre que abominou a memorização como parte da aprendizagem no processo escolar. Tem candidato a vice que é só e apenas  isso, vice. Como já dizia o Itamar Franco, vice não tem importância nesse país. Uma figura decorativa. Veja a vice prefeitura de Palmas, mais parece a cabana do pai Tomás. Temos também senadora que a todo custo quer por os filhos na câmara, ainda querem que eu acredite que este estado é serio, só tem compadrio. Ou seria  incompetência pra vida privada? Tem candidato que na eleição passada "deu" a casinha do programa do governo federal, agora, na maior cara de pau, esta oferecendo o banheiro. Ou seja, uma bela cagada, pra ser bem claro e  direto.

            2- tem ex-líder estudantil da UFT candidata a vereadora pelo DEM, já foi o tempo em que as pessoas tinham vergonha na cara e sabiam diferenciar esquerda e direita; partidos repaginados que fizeram da ditadura sua bandeira filosófica. Infelizmente tem aluno/a que desconhece a significado da palavra  memória, usa dinheiro publico em vão, nem discurso tem, o que aliás  é pedir muito, pois pra ter bom discurso é preciso ler, estudar e não ser apenas papagaio de pirata.

            3- tem funcionário publico federal (em Tocantinópolis) que vive de atestado seguidamente, todavia sua empresa vai muito bem obrigado, e o mesmo não falta nas sessões da câmara municipal. Aliás, o que tem de funcionário público candidato é brincadeira, todos conhecem demais os problemas e como resolvê-los. Todavia, não aprenderam a atender o cidadão na função que desempenham. Você acha funcionário jogando paciência, passeando no facebook ou conversando no msn  em pleno horário de funcionamento do órgão cujo papel fundamental seria um  atendimento digno ao publico. Quando os/as candidatos/as são da área da saúde, aí sim que a mediocridade fica evidente. As pessoas morrem nas filas de hospitais e ambulatórios e agora eles/as  vem como salvadores da saúde publica, quanta mediocridade;

            4- atribuição da resolução dos problemas a Deus... fico me perguntando sobre o estado laico. A impressão que tenho é que estes candidatos/as sequer sabem o que seja estado laico. Tem candidata em Palmas  que diz "se você acredita em Jesus de Nazaré vote em mim", é o cúmulo da mediocridade e uso da res pública  como quintal privado em que lembram de Deus que apenas em época de campanha, se é que uma coisa precisa estar atrelada a outra; a meu ver a falta de ética política da lugar ao mal caratismo da "fé partidária";

            5- falta de propostas claras: é uma lamentação ouvir o horário político: a fala comum todos/as sabem dos problemas da comunidade: educação, saúde, transporte, renda, emprego, terceira idade como a velhice  fosse um problema. Parece que ninguém lembra que o Tocantins esta na rabeira do IDEB e outras avaliações oficiais... o centro de Palmas  tem mais lote  vago do que  cemitério do século XVIII, fruto da especulação imobiliária... então, resta morar no Luzimangues ou desmatar o cerrado em nome do desenvolvimento e da expansão do plano diretor da cidade.

            6- por fim, resta pontuar um ponto mais pernicioso: XENOFOBIA: aversão das gentes que vem de fora, como se este estado, esta vila como qualquer outra deste país fosse construída, produzida, realizada por nativos em sua totalidade.  É lamentável que a aversão às novas idéias se transformam em fobia em povoados onde as pessoas tem menor escolaridade e menor poder aquisitivo, ancorados é claro, num discurso de cunho evangélico segregador e senso comum atribuindo a deus a resolução dos problemas pela falta de  caráter e ética nas pessoas, sobretudo os legisladores. Enfim... é tanta mediocridade que causa repulsa e ânsia de vomito.

Prof. Dr. Eliseu  Riscaroli - prof. Adjunto na UFT