Advogado de defesa diz que prefeito poderá concorrer às eleições pelo efeito devolutivo e suspensivo da condenação.
O prefeito de Silvanópolis, Bernardo Siqueira Filho (DEM), candidato à reeleição, junto com Benício do Bonfim Ferreira de Menezes (PSDB), candidato a vice da coligação Silvanópolis Levada a Sério, estão inelegíveis por oito anos e, conseqüentemente, tiveram o registro de candidatura cassados, de acordo com a sentença do juiz da 3ª Zona Eleitoral, José Maria Lima, emitida na última quarta-feira, que condenou os dois por abuso de poder político, devido propagandas eleitorais antecipadas.
A coligação majoritária "A Hora é Agora", do candidato a prefeito Claiton José Georgetti (PMDB), e a coligação proporcional Força do Povo foram os autores da ação. As coligações alegaram que o atual prefeito e candidato à reeleição em Silvanópolis fez uso de seu slogan político para se promover em diversas oportunidades durante o ano. A defesa afirmou que a ação caracteriza "ciúmes político eleitorais dos adversários de Bernardo Filho", alegando que o uso do slogan e demais fatos citados não caracterizariam propaganda política antecipada, pois, não teve pedido expresso de voto. Segundo o advogado Marison de Araújo Rocha, da coligação "Silvanópolis Levada a Sério", os acusados não foram convocados para a audiência e mesmo com a condenação em 1ª instância os acusados poderão concorrer normalmente à eleição por ter efeito devolutivo e suspensivo. Na sentença, o juiz José Lima argumenta que o fato de o acusado Bernardo discursar e dizer que "vocês que decidem se querem Silvanópolis levada a sério", estava de forma clara e inequívoca, pedindo voto, de forma antecipada e fazendo uso da sua autoridade de prefeito, já que o slogan usada na campanha é "Silvanópolis levada a sério". "Misturava a condição de prefeito com a de candidato à reeleição, de forma um pouco velada", concluiu Lima.
AUDIÊNCIA
Na sentença, o juiz informa que os candidatos Bernardo Filho e Benício Menezes não compareceram à audiência, sem qualquer justificativa, bem como seu advogado e testemunhas. Apenas compareceu o representante legal da coligação, Josmar Trindade da Silva Guimarães.
Raphael Pontes/JTo
