Tocantinópolis - TO
TOCNOTÍCIAS Vocês Fazem a Notícia, Nós Apenas Divulgamos!
Siga-nos
Facebook Youtube Twitter
Linha

Indígenas da Etnia Apinajé Invadem Fazenda Vizinha à Reserva e Sequestram Pá Carregadeira

Data do post: 25/05/2015 22:31:18 - Visualizações: (3005)

Indígenas invadiram a fazenda Dona Maria que fica localizada na divisa da reserva indígena Apinajé, entre as cidades de Nazaré e Tocantinópolis, forçando os trabalhadores a fugir do local, levando uma pá carregadeira Case W20, uma motosserra e várias ferramentas.

Foto Divulgação PMFoto Divulgação PMA invasão aconteceu na manhã desta segunda feira (25), e segundo os funcionários que prestam serviço na fazenda que está sendo preparada para o plantio de uma grande área, os indígenas apareceram de dentro da mata em mais de cem elementos, entre homens e mulheres e já foram abordando os trabalhadores que faziam a limpeza da área a ser plantada, e também colocando madeira e capim seco debaixo da pá carregadeira ameaçando queimar a máquina.

Os funcionários da fazenda foram obrigados a abandonar o local onde trabalhavam deixando para trás seus pertences e ferramentas de trabalho. Junto com a pá carregadeira também foram levados pelos Apinajés uma motosserra, ferramentas e as garrafas d'água.

O operador de motosserra contou que ficou com muito medo, pois os invasores ameaçavam a todo instante com pedaços de paus e alguns com espingardas cartucheiras, forçando-os a saírem imediatamente do local.

A fazenda pertence ao grupo do empresário Gilmar Gonçalves de Carvalho, o "Gilmar da Agronorte", que foi pessoalmente ao local para averiguar os fatos, e lá descobriu que os indígenas conseguiram funcionar a máquina levando-a para a Aldeia Patizal, distante 10km do lugar onde os homens trabalhavam.

www.tocnoticias.com.brPara poder desmatar o empresário conseguiu todas as licenças ambientais necessárias, e o mesmo disse não entender a ação dos indígenas, pois o que tinha de ser desmatado de acordo as licenças tiradas já tinha sido feito e os homens faziam apenas o serviço de retirada de paus e troncos que ficaram para trás.

A polícia militar foi acionada e junto com ela compareceu o Sr. Bruno A. Braga Fragoso, representando a Funai, que intermediou a entrada dos policiais militares na aldeia para se descobrir as reivindicações dos apinajés.

Segundo informações das lideranças indígenas, o Sr. Gilmar Gonçalves de Carvalho, proprietário da Fazenda Dona Maria, que tem cerca de 3.000 hectares, situada a aproximadamente 33 Km do setor urbano de Tocantinópolis, estaria desmatando sua propriedade em desacordo com a legislação ambiental federal, bem como em desobediência a embargo da Justiça, a qual havia determinado a paralisação dos trabalhos na propriedade em setembro de 2013.

Foto Divulgação PMConforme foi informado para a polícia pelos caciques das Aldeias Patizal, Cipozal, Recanto, Aldeinha, São José e Prata, em conversa com os funcionários da fazenda, obtiveram a informação de que será feito um plantio de soja na área desmatada, a qual, segundo os indígenas, necessitará de uso de agrotóxico, o que lhes causará danos à saúde, visto que o Córrego Ribeirão Grande, além de outros, nasce dentro da propriedade onde será realizado o plantio, e com isso suas águas serão poluídas. Além do que, segundo eles, o desmatamento causa impacto direto na fauna local e do entorno, dificultando assim sua sobrevivência.

Ainda segundo os indígenas, não foi realizado estudo para dimensionar os impactos ambientais que ocorrerão na área de entorno do desmatamento e plantio, e mesmo assim o empreendimento foi liberado pela Naturatins. Os caciques ainda informaram que há uma possibilidade de as terras da fazenda serem anexadas à área indígena, visto que houve a demarcação dessas áreas no ano 1985, a Fazenda Dona Maria faria parte das cimas mencionadas aldeias, por conterem as nascentes dos ribeirões que cortam as terras dos índios.

www.tocnoticias.com.br

Os indígenas relataram que na manhã desta segunda feira (25), os caciques foram averiguar o desmatamento e ao verem sua dimensão, decidiram levar consigo um trator e uma motosserra, que estavam sendo usados no local, além de uma mochila com chaves e ferramentas usadas pelos trabalhadores, a fim de chamarem a atenção das autoridades para o problema por eles enfrentado. Os representantes indígenas disseram que não vão danificar nenhum patrimônio, mas que manterão os bens apreendidos sob sua posse até que os órgãos envolvidos no caso vão até à aldeia Patizal e discutam com eles, em audiência pública, todas as circunstâncias que envolvem o fato.

O empresário Gilmar Gonçalves explicou que era uma situação totalmente constrangedora o que ele e seus funcionários estavam passando, pois o investimento feito no local é para o desenvolvimento da região feitos dentro da lei, onde foram preservadas as reservas de matas como também está sendo preservado as margens dos córregos que cortam a fazenda, e que irá procurar a justiça para obter o material tomado de assalto de sua propriedade. Os operadores tanto da Pá Carregadeira e o da Motosserra fizeram boletins de ocorrências relatando o caso.

www.tocnoticias.com.br

Fonte: Roberlan Cokim/Redação do Tocnoticias