Após o Governador Interino Sandoval Cardoso assinar a ordem de serviço de asfaltamento da TO-126 no trecho que liga Maurilândia a Itaguatins, os cabeças do Movimento Popular Organizado que inclui várias lideranças indígenas se revoltaram e interditaram a rodovia por tempo indeterminado.
Depois das tentativas de diálogos com o governo através de uma Audiência pública que aconteceu na Assembléia Legislativa no dia 17 de Dezembro de 2012, onde participaram várias lideranças Indígenas e moradores dos povoados que margeiam a rodovia do município de Tocantinópolis não terem dado em nada o movimento agora parte para o lado dos protestos onde primeiro está acontecendo neste momento em três pontos estratégicos da rodovia sendo o principal no Povoado Folha Grossa a 04km do centro da cidade.
Lideranças indígenas e caciques de todas as aldeias que usam aquela estrada estão participando, bem como os moradores do próprio povoado e também do Povoado Ribeirão Grande que estão á frente do bloqueio feito com paus e galhos de árvores. Há também no local uma barricada feita com fogo colocada pelos manifestantes.
Segundo o representante do povoado Ribeirão Grande Pedro Bento, Edésio Barroso, um dos primeiros a fazer a movimentação para criação do "MPO", de inicio eles queriam apenas fazer um teste que já estava programado desde o inicio da semana passada, onde os manifestantes estavam querendo ficar somente por seis horas, porém, após a assinatura da ordem de serviço para a pavimentação do trecho da mesma rodovia que liga Maurilândia a Itaguatins pelo governador em exercício Sandoval Cardoso na ultima sexta feira, o movimento manteve o cronograma da manifestação, mas, sem dia nem hora para terminar.
Os manifestantes querem uma resposta rápida e verdadeira por parte do Governo do Estado quanto a situação deste outro trecho da TO, pois segundo Edésio, o Estado do Tocantins já tem 25 anos e ninguém, nenhum político fez algo por esse povo que vive a margem desta rodovia. (Assistam a entrevista de Edésio no vídeo logo abaixo).
Uma prova de que os indígenas querem realmente a pavimentação do trecho em questão é a participação das lideranças das aldeias que não serão beneficiadas pela pavimentação, como é o caso de um dos líderes da Aldeia São José, Orlando Apinajé de 51 anos, que está no local prestando apoio a seus irmãos indígenas. Em entrevista Orlando foi enfático em afirmar que se ninguém se apresentar para resolver o problema deles os indígenas estão dispostos a irem mais longe colocando fogo nas torres de transmissão de energia que passam por dentro da terras deles.
"Meus irmãos sofrem demais por causa dessa estrada com carros quebrando, as mulheres tendo os filhos na estrada mesmo dentro dos carros então isso não pode acontecer". Disse Orlando.
O deputado Estadual José Bonifácio (PR-TO), esteve no local antes de viajar para a capital Palmas e viu "in-loco" o teor do bloqueio que também está acontecendo em outros dois trechos, sendo estes na entrada da Aldeia Maria e também no local denominado "Pecôbo".
Acreditem ou não, mais o polêmico Professor Elcimar Pessoa também estava lá. Segundo o Elcimar, ele não poderia deixar de participar desta manifestação e para isso faltou ao trabalho e se deslocou de Araguaína até a localidade onde é bastante conhecido. Em entrevista o professor falou sobre o movimento onde explicou, segundo ele mesmo, que o povo foi abandonado durante todos esses anos pelos políticos do Estado. "Não teve um político que tivesse vergonha e viesse olhar por esse povo do Folha Grossa e Ribeirão Grande juntamente com os povos indígenas que foram abandonados, os governantes abandonaram essas pessoas e quando chega a época de política eles vem fazer enis promessas e não cumprem com essas promessas. Eu me recordo muito bem de um ato do Governador Siqueira Campos quando ele assinou o asfaltamento desta rodovia TO-126, e o dinheiro foi pra onde? Quem se responsabilizou por este dinheiro e este dinheiro está onde? Nós precisamos de políticos que tenham responsabilidade e compromisso com o povo, o atual prefeito de Tocantinópolis por exemplo foi deputado por quatro ou cinco mandatos, Homero Barreto foi deputado ali em Itaguatins também, finado João Ribeiro também apoiava Tocantinópolis, e porque esse asfalto nunca saiu? Nós não queremos políticos que venham mentir novamente pro povo não, nós queremos é o asfalto pronto, se o asfalto não ficar pronto os povos indígenas não vão sair da rodovia, o povo do Folha Grossa e do Ribeirão Grande também não vão sair, é uma causa justa. Várias pessoas já perderam a vida nesta estrada, várias pessoas já morreram porque não chegaram em tempo hábil nos hospitais, mulheres já fizeram parto nesta estrada. Quantas pessoas mais senhores Deputados, senhor Governador, vão ter que morrer nesta estrada?" Finalizou o polêmico professor.
O movimento promete manter a paralisação até que algum representante do Governo vá até o local para negociar uma saída que seja o inicio das obras desta rodovia, pois se isso não acontecer os manifestantes prometem atrapalhar o inicio das obras do outro trecho. "Se não fizer toda não farão nenhum trecho", disse uma liderança indígena.
