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Por Melhorias nas Estradas das aldeias, Indígenas Apinajé Bloqueiam as Rodovias TO-126 e TO-210 em Tocantinópolis

Data do post: 24/03/2015 17:32:43 - Visualizações: (3926)

Além de bloquear as duas importantes rodovias, os indígenas também apreenderam uma caçamba da Secretaria da Infra Estrutura do Governo do Estado "Dertins", e segundo o Cacique Emilio Apinajé, o veículo e as rodovias só serão liberadas quando as exigências deles forem atendidas.

Imagem do site www.tocnoticias.com.brImagem do site www.tocnoticias.com.brCansados de esperar por uma solução quanto a situação das estradas vicinais que dão acesso as dezenas de aldeias da etnia apinajé, os indígenas se reuniram e resolveram bloquear duas rodovias que passam por dentro das terras deles, sendo que a primeira a ser bloqueada foi a Rodovia TO-126 nesta ultima segunda feira (23), e nesta terça feira (24), foi a vez da TO-210, mesma rodovia que liga Tocantinópolis as cidades de Nazaré, Santa Terezinha e dá acesso ao norte da região do Bico do Papagaio.

Segundo informações dos indígenas, o mês de Março já está terminando e até agora existem aldeias que ainda não iniciaram o ano letivo, porque os veículos não conseguem chegar até elas para buscar e levar os estudantes.

O Cacique Emílio Apinajé, considerado o Cacique dos Caciques desta etnia falou sobre as interdições. Vejam a entrevista no vídeo abaixo:

Imagem do site www.tocnoticias.com.brAntes de tomar a atitude de protestar com as interdições, os Apinajés relatam que nos últimos cinco anos eles tem encaminhado inúmeros documentos informando e alertando as autoridades sobre a situação de abandono e precariedade das estradas vicinais de acesso às aldeias Apinajé, localizadas nos municípios de Tocantinópolis e Maurilândia.

Ao mesmo tempo foi emitido ofícios e feitos pedidos verbais ao senhor Gilvamar Moreira de Sousa, ex-chefe do DERTINS e ao senhor Adauto Mitsuo, atual Engenheiro chefe desse órgão em Tocantinópolis solicitando a recuperação das estradas internas da área Apinajé, e uma comissão formada pelos caciques das principais aldeias procuraram o prefeito Fabion Gomes ainda no ano passado e este disse que o maquinário da prefeitura não daria conta do serviço, passando a responsabilidade ao Dertins, e assim o problema  foi aumentando até chegar a situação que se encontra hoje.

Imagem do site www.tocnoticias.com.brOs indígenas contam que nas várias reuniões e conversas que tiveram com o senhor Adauto Mitsuo e o prefeito Fabion Gomes de Sousa, perceberam uma certa falta de vontade política dos mesmos de fazer a recuperação dessas estradas vicinais de acesso às aldeias. No entanto notaram também (da parte deles) uma forte disposição de desviar o foco da questão transferindo suas responsabilidades para a Fundação Nacional do Índio-FUNAI.

Imagem do site www.tocnoticias.com.brUma outra reunião também aconteceu em Palmas ainda em fevereiro de 23014, onde os procuradores do Ministério público Federal Dr. Álvaro Lutufo Manzano e a Dra. Ardila Pereira de Albuquerque realizaram reunião em Palmas (TO), para tratar do assunto. Porém demonstrando descaso e falta de compromisso com a questão, os prefeitos de Tocantinópolis e Maurilândia foram convidados, mas não compareceram e nem enviaram representantes.

Em uma das tentativas de conseguir resolver o problema o Dertins encaminhou aos indígenas uma proposta um pouco inescrupulosa, no qual a Funai arcaria com as despesas de alimentação e combustíveis para que o maquinário da secretaria pudesse consertar as estradas das aldeias.

No pedido feito pelo Dertins, encaminhado através de um ofício datado de 13 de fevereiro de 2015, consta o pedido de nada menos do que 42.500 (quarenta e dois mil e quinhentos), litros de combustível em sua maioria óleo Diesel, 528 (quinhentos e vinte e oito), refeições sendo carne, arroz, feijão, macarrão e salada, isso para apenas três dias de trabalhos, o que segundo o próprio órgão, daria para consertar as vicinais de 11 aldeias, mas vale ressaltar que na terra apinajé possui cerca de 40.

Imagem do site www.tocnoticias.com.brEm resposta ao ofício solicitando a nada humilde contribuição, a Funai respondeu que por lei, a manutenção das estradas vicinais que cortam as terras indígenas e demais vicinais são de competência dos Estados e Municípios, e que o órgão está a disposição para auxiliar nos trabalhos de manutenção das mesmas.

Como o problema é corriqueiro, e acontece todos os anos durante o período chuvoso, e como a manutenção não é feito á anos, agora em 2015 pelo menos 4 aldeias estão totalmente isoladas por causa de erosões causadas pelas águas da chuva, o que impede a circulação do Transporte Escolar e está deixando centenas de alunos sem ir a escola, e assim para chamar a atenção e manifestar a indignação com o descaso que está acontecendo com os indígenas desta etnia eles resolveram bloquear de forma pacificamente as Rodovias TO-126  e TO-210.

Antes mesmo da interdição destas rodovias, o Ministério Público Federal já havia entrado na questão por intermédio dos indigenistas da Funai que já haviam relatado o caso ao MPF, e assim uma reunião foi marcada para o próximo dia 16 de Abril em Araguaína para explicar a competência da prefeitura, do Estado e da Funai quanto a este problema. Agora resta saber por quanto tempo os indígenas ficarão com essas duas rodovias interditadas, pois pela organização vista nos dois acampamentos, eles estão preparados para um longo período.

Fonte: Roberlan Cokim/Redação do Tocnoticias