Diante da crise que assola o país, diversas prefeituras têm cancelado o Carnaval. Em Balsas, convidados pelo governo municipal, reuniram-se vendedores ambulantes, músicos, autoridades políticas e de segurança, representantes de entidades ligadas aos movimentos sociais e o comércio, com intuito de discutir a realização ou não da Festa carnavalesca.
“É um assunto muito delicado, porque nós sabemos que os repasses aos municípios foram diminuídos. É delicado tomar um posicionamento em nome da CDL, porque parte do comércio vende produtos para o Carnaval, e a festa gera riqueza para o município. Por outro lado, não podemos ser irresponsáveis de apoiar uma festa dessa e prejudicar o resto da sociedade”, declarou Márcia Garcia, Secretária Executiva da CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas.
Tião Saraiva, Presidente da Câmara de vereadores, destacou a participação popular na reunião.
“É importante essa reunião de hoje, onde o executivo está preocupado tanto com a situação financeira como também a realização do Carnaval, mas a equipe do prefeito reuniu aqui com vendedores ambulantes, CDL, e levantar as sugestões é importante, dentre elas, ao invés de serem cinco noites, fazerem apenas três noites ou duas, mas isso é uma decisão que será tomada em conjunto com a sociedade”, destacou o vereador.
Os vendedores ambulantes e músicos, que são grandes beneficiados com a festa carnavalesca, expuseram suas opiniões.
“Tem que acontecer, os ambulantes precisam e ficam na expectativa o ano inteiro. Tem que ter Carnaval, e queremos as cinco noites. Balsas quer e o povo quer”, disse Maria das Dores, vendedora ambulante.
“É um momento que temos que pensar com bastante atenção, porque uma decisão dessa pode refletir futuramente, porque o comércio está sofrendo, e vamos pensar nessa decisão conjunta, porque certamente todos sairão ganhando”, afirmou o Presidente da Associação de Moradores do bairro de Nazaré, Edvan dos Santos.
“Eu acho que a reunião foi muito válida. Por um lado os foliões querem grandes estruturas, e grandes bandas. Por outro lado é o município com o seu poder de executar e fazer pagamento. Eu acho que o Carnaval deve acontecer, de forma que possa ser arcada pelo município”, destacou o músico Valdir Barros.
O Secretário de Cultura e Turismo, Deusamar Santos, que também participou do encontro revelou a importância do Carnaval balsense e enfatizou a situação financeira do Poder Público.
“O Carnaval é um evento muito importante, e por isso merece toda essa atenção. É bom discutirmos esse momento frágil no que se refere à economia do município e discutir as possibilidades de fazer e como fazer, porque o Carnaval não é somente brincadeira, lazer, mas é um evento que movimenta a região inteira, e foi muito importante a presença da sociedade e dos técnicos da prefeitura aqui’, ponderou.
O Secretário de Comunicação Social, Hilton Lima, no ato representando o prefeito Rochinha e quem conduziu a reunião, fez sua avaliação do encontro.
“É uma decisão relevante a ser tomada, e nesse momento de crise em que o Brasil inteiro está passando, o Prefeito Rochinha preferiu abrir essa discussão com a sociedade civil organizada, e nós convidamos vários setores da sociedade, do comércio, da economia, da cultura (músicos), vendedores ambulantes, associações de moradores, que vieram discutir: fazemos o Carnaval de que tamanho? Ou não fazemos? Toda essa discussão foi permeada no encontro, e nós saímos daqui após essa tempestade cerebral, com propostas ótimas, que nós vamos estar levando para o setor técnico da Prefeitura e levando para o próprio Prefeito, porque a decisão final é da Prefeitura, mas é preciso ver a viabilização das coisas. Questionou-se muito aqui a realização do Carnaval e derrepente faltar dinheiro, seja na saúde ou educação, seja em outros setores vitais da Administração Pública. Tudo isso vai ser levado em conta por causa da despesa, mas foi uma discussão muito frutífera,” finalizou o Secretário.
