Num contraste contrário à atual situação da saúde pública no município, a Secretaria de Saúde de Tocantinópolis ostenta agora mais duas caminhonetes Mitsubishi zero quilômetro para uso da própria secretaria.
Dias atrás publicamos uma matéria no Portal Tocnoticias mostrando a situação de um maquinário de lavagem de roupas hospitalares que se encontra abandonado numa espécie de dispensa do Hospital Municipal José Sabóia, material este que foi comprado há mais de dois anos e após a entrega, estão abandonados à espera de "uma emenda parlamentar" para poder ser instalados.
Não se pode deixar de citar também a UPA que leva o nome do saudoso Dr. Murilo Vilela, construída ao lado do ginásio municipal, as obras estão conclusas, porém, sem a mobília para o funcionamento, segue se transformando apenas em uma obra para ser vista e ainda não tem previsão para ser inaugurada.
Um dos locais que mostra-se longe de ser o adequado para atendimento dos pacientes é o laboratório que funciona em um prédio anexo ao próprio Hospital José Sabóia, cujo tamanho não suporta em alguns dias a quantidade de pessoas que procuram pelos serviços laboratoriais, o que se torna um pesadelo maior nos períodos chuvosos, no qual os usuários ficam expostos numa fila que chega a atrapalhar o transito na Rua Boa Vista.
Situação pior vivem as comunidades indígenas Apinajé com seus postos de saúde em situação mais que precária, construídos, ao julgar pela foto logo abaixo, pelos próprios indígenas que são obrigados a serem atendidos nestes locais sem o mínimo de higiene possível para se fazer ao menos um curativo. Aqui mesmo no Portal Tocnoticias, postamos uma matéria noticiando um prêmio ganho pela secretaria de saúde de Tocantinópolis que mandou representante em Brasília (DF), para recebê-lo, prêmio este que ninguém entende quais os quesitos para a escolha já que tudo em se tratando de atendimento aos Apinajé's é precário.
No município há 03 ambulâncias no qual as mesmas encontram-se visivelmente bem usadas, graças as constantes viagens para o município de Araguaína e/ou Augustinópolis, onde ficam hospitais de referência na região que recebem as vezes demandas de usuários do SUS com problemas de saúde que poderiam ser resolvidos no próprio município de origem, e quê, quando estas ambulâncias estão em viagem, deixam a desejar o atendimento de emergência de algum acidentado como já foi noticiado neste mesmo site reclamações de demora na hora de socorrer pessoas que se envolvem em situações que necessitam de atendimento de uma ambulância.
Quem deveria ser realmente valorizados são os que mais sofrem com a falta de equipamentos necessários para um trabalho digno. Os "Garis", que trabalham sem parte dos equipamentos de proteção individual, chamados (EPIs), ficam expostos ao risco de adoecer caso se machuquem durante o desempenho de suas funções. Eles são vistos recolhendo o lixo as vezes sem luvas, e sem as roupas necessárias, inclusive um deles chegou a se acidentar caindo do caminhão recolhedor do lixo sofrendo fratura na região da cabeça.
Normas do Ministério do Trabalho, diz que a obrigação de fiscalizar o uso dos equipamentos de proteção individual é do próprio empregador, porém, se a prefeitura não compra tais EPIs, quem fiscalizará a prefeitura?
No Hospital Municipal José Sabóia, quem já precisou de atendimento na emergência fica horrorizado com a precariedade, muitos recebem os medicamentos sentados em cadeiras de macarrão improvisadas, alguns chegam a ficar o dia inteiro nelas. Lá é frequente se encontrar mães segurando as crianças de colo enquanto estas recebem soro fisiológico com algum medicamento como visto na foto ao lado.
No HMJS Não há se quer um computador para armazenar os dados dos pacientes que por lá aparecem em busca de atendimento. Ultimamente tivemos um caso extremo de um acidentado que mesmo estando em estado grave após uma colisão de moto, não foi encaminhado para o hospital em Araguaína porquê o mesmo não portava os documentos pessoais, e como não havia um familiar se quer para buscá-los o homem ficou desmaiado na sala de emergência enquanto várias pessoas pediam ajuda através do aplicativo Whatsapp para que alguém fosse até o atendimento hospitalar para ver se o reconhecia no intuito de que alguma pessoa pudesse ir atrás dos seus documentos, e depois de horas de espera o enfermo foi levado para o HGA.
Situações como estas seriam facilmente contornadas se houvesse um computador que armazenasse os dados de todos os usuários do SUS que por lá já passaram, ou passarão, mas pelo visto ostentar caminhonetes de luxo zero quilômetros é mais importante do que isso.
Mesmo diante das várias reclamações de falta de medicamentos, atendimentos precários, a secretaria adquiriu as duas caminhonetes novas mostrando que há prioridades maiores do que os problemas reclamados. Os dois veículos já são vistos circulando pela cidade com o adesivo oficial da gestão do atual prefeito Fabion Gomes, foram comprados recentemente para o uso da "Atenção Básica", e segundo informações repassadas pela Secretária de Saúde Maria da Conceição Farias, os dois automóveis foram adquiridos através de uma emenda parlamentar, mais até agora ainda não foi publicado nada no site oficial da prefeitura nem tão pouco na rede social facebook onde as divulgações dessa gestão são mais vistas.
Salientamos que diante do fato de estarmos divulgando tal aquisição e junto alguns questionamentos, deixamos o espaço em aberto caso a prefeitura municipal através da Secretaria de Saúde queira se manifestar.
