Uma reunião solicitada pela Associação dos Produtores de Soja do Tocantins (Aprosoja), nesta segunda-feira, 29, discutiu a proposta de Declaração de Estado de Emergência Fitossanitária, para o combate à Helicoverpa Armigera, uma lagarta que a afeta as lavouras de soja, milho e feijão.
A Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adapec) participou do encontro que ocorreu na sede da Embrapa, em Palmas, e contou com as presenças de produtores rurais, técnicos da Adapec, do Ministério da Agricultura, da Embrapa e de outros órgãos ligados ao setor agrícola.
O pesquisador da Embrapa, Daniel Fragoso, apresentou estudos sobre a praga e os riscos ao meio ambiente e à saúde humana com a utilização nas lavouras de soja, do inseticida Benzoato de Emamectina, que combate a helicoverpa, mas que, no entanto, não é registrado no Ministério da Agricultura e só pode ser utilizado em situação de emergência fitossanitária. “Os estudos feitos até aqui não comprovam que há a necessidade do uso do inseticida benzoato. Precisamos de mais informações do campo para avançar para um estado de emergência, uma vez que já existem 26 produtos agrotóxicos registrados no estado para o combate à praga”, disse Daniel Fragoso.
Segundo o diretor de Defesa, Inspeção e Sanidade Vegetal da Adapec, Carlos César Barbosa, a Adapec acompanha o pensamento da Embrapa, de se obter informações mais próximas da realidade. “Os técnicos da Adapec já estão sendo orientados para o trabalho de detecção da praga nas lavouras tocantinenses. Para isso, contamos com a parceria dos produtores rurais que são os principais interessados”, diz Carlos César.
Para o presidente da Adapec, Humberto Camelo, a Agência acompanha o pensamento da Embrapa, de que hoje não há elementos que comprovam o surto da helicoverpa nas lavouras do Tocantins. “Temos que chegar a um consenso sobre a necessidade ou não da declaração de situação de emergência, sempre observando o decreto que regulamenta esse tipo de solicitação ao Ministério da Agricultura”, disse Humberto.
O diretor vice-presidente da Aprosoja, Maurício Buffon, e outros produtores presentes à reunião disseram que a helicoverpa está presente nas lavouras e está causando prejuízos aos produtores. Eles pediram mais agilidade aos órgãos envolvidos para a adoção de medidas mais eficientes no controle da praga. “Tememos um surto da helicoverpa e assim não conseguirmos êxito no seu controle, o que para nós produtores seria uma catástrofe, pois já enfrentamos uma crise climática com a redução de 50% da produção este ano”, alerta o produtor de Porto Nacional, José Roberto.
