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Reeducandas Celebram o Dia das Mães no Presídio e Defensoria Realiza Atendimento Especializado

Data do post: 15/05/2017 18:27:19 - Visualizações: (1104)

Cerca de 100 mães com filhos menores de 12 anos estão encarceradas atualmente nas unidades prisionais do Tocantins. 

Defensoria Pública-TOA maioria dessas mães passou o Dia das Mães no presídio, guardando apenas na memória o contato com os filhos, como é o caso de I.S.A, que tem uma menina de 7 e um menino de 10 anos. “É muito difícil viver longe deles, eles moram em Paraíso com a avó e só consigo vê-los de dois em dois meses, quando conseguimos a vinda deles para visita. É tudo que eu tenho de mais precioso na minha vida, infelizmente eu errei, eu sei, e tenho que pagar por isso, mas é o momento mais difícil do cárcere é a distância dos meus pequenos”, conta I.S.A, enquanto observava a foto de seus dois filhos pequenos. “Enquanto os dois meses não passam para eu poder pegar os meus bebês no colo, eu me conformo com a imagem deles e sonho com o dia que teremos essa cena novamente”, relata.

Deste total de mães, quatro delas estão grávidas, como é o caso de A.M.S, que espera na prisão pelo nono filho, grávida de oito meses. “Eu conto os segundos, não vejo a hora de sair daqui e poder ficar mais perto dos meus filhos. Sonho em poder dar uma boa educação para essa princesa que eu estou esperando e recuperar o tempo perdido com os outros filhos. Não quero que ela nasça na prisão e vou me esforçar para nunca mais ter de voltar para cá e poder acompanhar a maternidade pertinho da minha filha”, almeja.

Defensoria Pública-TOAlgumas mães vivem na angústia de acompanhar de longe o crescimento dos filhos, com os raros momentos de visitas. Muitos deles, necessitam do convívio familiar não apenas pelo desenvolvimento pessoal com o laço materno, mas também por deficiências que exigem uma atenção especial. “O meu filho mais novo (de 7 anos) tem autismo, só consegue se alimentar se colocar comida na boca, tem dificuldade para realizar as tarefas da escola e, desde que estou na prisão, ele anda muito agitado, nervoso, não consegue se concentrar. Ele está na custódia do pai, que é um senhor de 67 anos, mas que também não consegue cuidar do filho com toda a atenção necessário”, declara M.P.S, que vê o filho autista uma vez por mês, assim como os outros dois filhos – de 11 e 13 anos.

Defensoria

A Defensoria Pública do Tocantins realiza constantes visitas aos presídios femininos, de regime fechado ou semiaberto, onde atende às reeducandas hipossuficientes com cálculos de pena e ouvindo as necessidades especiais de cada uma e pedido indulto para as mães que tem direito. “A despedida entre mães e filhos, em virtude do encarceramento, acarreta graves problemas para ambas as partes, pois muitos acabam sendo encaminhados para a adoção, garantindo uma pena perpétua para os filhos”, ressalta a defensora pública Napociani Póvoa, coordenadora do Nadep – Núcleo de Assistência e Defesa do Preso.

Atividade

Defensoria Pública-TODiversas atividades de ressocialização são realizadas nas unidades prisionais de Norte a Sul do Tocantins, sob o acompanhamento dos Defensores Públicos. Na manhã desta segunda-feira, 16, a coordenadora do Nadep realizou uma manhã de atividades em homenagem às mães, com dinâmicas de socialização e autoconhecimento, distribuição de kits de higiene, brindes e palestra educativa sobre o tema “Família Afetiva". “Se tem afeto, tem amor, tem respeito, é família sim. A intenção da família é comprovar que os nossos vínculos afetivos é maior do que qualquer convenção. Maior do que as convenções sociais é o afeto e o respeito”, defendeu Napociani Póvoa, durante a programação. Além da distribuição de kits e brindes, a Defensora Pública atendeu às mães reeducandas com uma roda de conversa. “Esperamos que em breve vocês possam passar o Dia das Mães com os seus filhos e também desejamos futuros Dias das Mães melhores com vocês”, concluiu a Defensora.

Talismã

No interior do Estado, no presídio feminino de Talismã, o defensor público Leandro Gundim e a equipe do NUAmac - Núcleo Aplicado da Minoria e Ação Coletiva de Gurupi – os defensores públicos Lara Gomides, Silvânia Pimentel e Mônica Prudente – também atenderam às reeducandas, com inspeção, acompanhamento da equipe multidisciplinar e roda de  conversa sobre Família Afetiva. Na ocasião, as reeducandas foram acolhidas por meio de dinâmica grupal com psicóloga sobre a importância da construção da afetividade nas relações humanas e da tolerância no ambiente prisional. “A dinâmica utilizada possibilitou, Defensoria Pública-TOpor meio da escrita e da fala, serem trabalhados os sentimentos que emergiram, sendo proposta reflexão sobre os desejos de mudanças comportamentais que poderiam ser buscados, visando a ressocialização e evitada a reincidência”, explicou Leandro Gundim.

Família

“Família Afetiva” é o tema escolhido pelas Defensorias Públicas de todo o País para a Campanha Nacional, idealizada pela Associação Nacional dos Defensores Públicos para comemorar o Dia Nacional da Defensoria Pública e do Defensor Público, com atividades durante todo o mês de maio. O objetivo é mostrar à sociedade que a Defensoria garante o direito ao reconhecimento da instituição familiar e defende a aplicação de todos os dispositivos previstos no Direito de Família (ou Direito das Famílias) a qualquer tipo de relação. Toda a programação é voltada para ações que buscam aproximar ainda mais da sociedade, sensibilizando a população e as autoridades sobre a necessidade de se fazer cumprir a garantia constitucional de acesso à justiça.

Fonte: Defensoria Pública-TO