Tocantinópolis - TO
TOCNOTÍCIAS Vocês Fazem a Notícia, Nós Apenas Divulgamos!
Siga-nos
Facebook Youtube Twitter
Linha

Novamente a Cena se Repete e Nível do Rio Tocantins Fica Abaixo do Normal, em Tocantinópolis

Data do post: 19/07/2017 18:42:53 - Visualizações: (2540)

Ainda estamos no mês de julho, e o nível do curso d’água do Rio Tocantins, em Tocantinópolis, já chega ser preocupante, tendo em vista que em setembro do ano passado, o leito atingiu marca histórica de cinco metros abaixo do normal. 

Dirceu LenoA previsão é que o coeficiente baixe ainda mais nos próximos meses. Inúmeras pessoas têm aproveitando a situação, e atravessado a pé até à Praia da Santa.

Novamente a cena se repete. Barcos encalhados, bancos de areias e pedrais são avistados em toda a extensão que compreende os município de Tocantinópolis/TO e Porto Franco/MA. A balsa da empresa Pipes, teve que mudar o trajeto em mais de 1 km para poder fazer a travessia. Nesta quarta-feira (19), a vazão defluente da UHE atingiu 814 m³. O registro está próximo ao de setembro de 2016, quando marcava 744m³.

Domingos Dourado, que há mais de 31 anos exerce a profissão de pescador, teme pela situação do rio, e ressalta que alguém terá que fazer algo para reverter a situação. “Não sabemos mais onde recorrer. A situação é bastante triste. A cada dia que passa nossas esperanças vão se diminuindo. Os peixes estão acabando e não temos como tirar nosso sustento, já que dependemos do rio para manter nossas famílias”, destacou.

O pescador Valmir Santana também vem acompanhando a calamitosa situação do Rio Tocantins e adverte que desde maio deste ano o nível do rio começou a baixar, fator que tem ajudado a não conseguir o pescado. “Nós pescadores somos os mais prejudicados. Quando colocamos nossas redes no rio, ao voltarmos, todas estão no seco. O peixe está todo no canal, não temos como irmos colocar nossas redes lá, sem falar, que nossos barcos estão se acabando no sol”, comentou.

Dirceu LenoO diretor da Defesa Civil de Tocantinópolis, Emivaldo Aguiar comenta que depois que a Usina começou a operar, ainda em 2011, os problemas causados pela geração de energia tem significado em constantes oscilações do nível do rio. “O CESTE reconhece que o impacto gerado abaixo da usina eles não tem dimensões. A UFT tem tido uma preocupação muito grande e até mesmo feito discussões com a Prefeitura para que em comum acordo, possamos encontrar soluções e minimizar esses impactos”, disse.

Devido a temporada de praia, muitos pescadores aproveitam o fluxo de pessoas para terem uma renda extra e utilizam seus barcos, canoas ou voadeiras para fazer a travessia, porém estão sendo impedidos. “Fomos habilitados pela Marinha, fizemos o curso e estamos aptos a fazer a condução, no entanto, os barqueiros não estão aceitando nossa presença lá na Beira Rio, falam que eles é que tem a permissão. A situação já está ruim para nós, e ainda estamos sendo impedidos de trabalhar”, ressaltou Valmir.

Em nota divulgada pelo Consócio Estreito Energia (CESTE), o nível de operação da usina foi definido antes da licitação, pelo Governo Federal, em 2002, e até agora não houve alteração. “A Usina utiliza o sistema fio d’água, dessa forma não regulamos a vazão do Rio Tocantins. O volume que entra no reservatório é o mesmo que passa pela hidrelétrica”, diz a nota. Ainda segundo o CESTE, o Rio Tocantins está no seu segundo ano consecutivo com vazões abaixo da média natural histórica e que isso não teria relação com a Usina.

Dirceu LenoCheia

Com as chuvas de janeiro e fevereiro de 2017, o leito do Rio Tocantins teve uma elevação de três metros, chegando a registrar oito acima do normal, já que na época da estiagem mais severa, o índice assinalou abaixo de cinco. A cota da vazante ficou na casa dos 5.871m³/s, momento que trouxe momentânea esperança para os moradores da cidade.

Entenda

Desde setembro do ano passado, o Rio Tocantins, em Tocantinópolis vem sofrendo uma das maiores secas já registradas em sua história. Segundo pescadores, desde que a Usina Hidrelétrica de Estreito (UHE), foi construída e entrado em funcionamento, o nível do rio tem oscilado. Fatores associados as crescentes degradações das nascentes dos afluentes e os barramentos feitos ao longo do leito, tem ajudado para que o quadro deplorável chegasse a esse quadro.

Fonte: Dirceu Leno/ Ascom Prefeitura Tocantinópolis