Inscrita no Cadastro Único e beneficiária do Programa Bolsa Família (PBF), *Rosa – nome fictício, está desempregada e vivendo em situação de extrema pobreza. Ela é solteira e tem cinco filhos, sendo que um deles é adolescente e estava fora da escola, descumprindo uma das condicionalidades do PBF passível de advertência, suspensão e até cancelamento do benefício.
Acionada, a equipe técnica do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), do setor Oeste, em Paraíso, fez uma visita, identificou as vulnerabilidades, e deu início ao acompanhamento familiar.
Orientada pelos profissionais, a família projetou um novo roteiro para suas vidas; Rosa se capacita para retornar ao mercado de trabalho, e os filhos foram incluídos nos grupos de convivência onde participam das muitas atividades disponibilizadas pela assistência social; já o adolescente, após aconselhamento da equipe, retornou à escola.
Esse é um exemplo de família amparada pelos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), um atendimento da Proteção Social Básica, do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Ele é complementar ao trabalho de Proteção e Atendimento Integral às Famílias (PAIF); serviços estes que recebem apoio e capacitação da Secretaria do Trabalho e Assistência Social (Setas).
“A Setas participa desses Serviços fornecendo orientação e capacitação aos municípios; desse modo, possibilitamos que esses atendimentos sejam proporcionados à população da melhor forma possível. Não podemos esquecer que em 2016, o Serviço de Convivência foi ofertado a quase 280 mil tocantinenses”, disse a gestora da Setas, Patrícia do Amaral.
A Gerência da Gestão, dentro dos Programas do SUAS, registrou em 2016, 277 mil 520 atendimentos referentes ao SCFV; sendo 22 mil e 716 crianças de zero a seis anos; 119 mil 642 crianças e adolescentes de sete a 14 anos; 37 mil 192 com idades entre 15 e 17 anos, e por último 97 mil 970 idosos.
Grupos de Convivência
O SCFV realiza atendimento em grupos, de modo a fortalecer as relações familiares e comunitárias; é voltado para a prevenção e pautado na defesa e afirmação de direitos e no desenvolvimento de capacidades das pessoas que procuram esses locais (usuários); são promoções de atividades artísticas, culturais, de lazer, esportivas, dentre outras disponibilizadas à comunidade.
CRAS em Paraíso do Tocantins
Distante 63 km de Palmas, Paraíso do Tocantins, com cerca de 50 mil habitantes, tem como porta de entrada para os serviços de assistência social duas unidades de referências com capacidade, cada uma, para atender até três mil e 500 famílias em sua área de abrangência. As equipes em cada CRAS são compostas por um coordenador, assistente social, psicólogo, dois educadores sociais, orientador social, facilitador cultural e esportivo, instrutores, além de assistentes administrativos, merendeiras e vigias.
Antônia Raimunda Soares da Fonseca, coordenadora de um dos CRAS reforça a importância da interação entre todas as idades.
“Aqui participam crianças, jovens e adultos, que também interagem com os grupos formados no outro CRAS, de forma a valorizar o sentido de vida coletiva. Utilizamos filmes, jogos, brincadeiras, artes cênicas, e até coral de vozes para desafiá-los e estimulá-los na construção e reconstrução de suas vidas”, disse ela.
Cursos de capacitações em diversas áreas e até escolinha de futsal para as crianças são outros serviços ofertados pelo Cras de Paraíso.
