A Polícia Civil do Tocantins deflagrou na manhã desta quinta-feira,11, em Paraíso do Tocantins, a 60 km de Palmas, a Operação Place de Grève. A ação foi realizada pela unidade especializada em investigações criminais do município em parceria com a unidade circunscricional de Divinópolis, na região Sudoeste do Estado.
O objetivo da Operação, que ganhou este nome em alusão ao espaço público francês onde foi utilizada a guilhotina, pela primeira vez, durante a Revolução Francesa, é o combate ao crime organizado e a prisão de suspeitos de um homicídio ocorrido na região em junho passado. Nesta operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão, três mandados de prisão preventiva e um de internação de adolescente. Os três homens serão encaminhados para a Casa de Prisão Provisória de Paraíso do Tocantins e o adolescente internado na unidade masculina de reintegração, localizada na Capital.
Histórico
De acordo com o delegado Eduardo de Menezes, no dia 08 de junho deste ano, a vítima, Herick Luan Pereira de Araújo, 22, foi encontrado decapitado, em Divinópolis. O corpo estava dentro de uma casa em construção e, além das marcas de agressão, a vítima teve as mãos e os pés amarrados.
A investigação apurou que, no dia 07 de junho, a vítima, por volta do meio-dia, fora abordado por cinco homens, sendo sequestrado e levado a um cativeiro. Lá chegando, ele fora amarrado e torturado. “Dali se iniciou um ritual de tortura que durou aproximadamente 12 horas. A vítima foi humilhada e espancada no intuito de colher elementos que subsidiassem a sua sentença de morte por parte da facção criminosa responsável pela ação”, afirmou o delegado.
Crueldade
Em seguimento aos atos de sadismo, na madrugada do dia 08, a vítima foi levada para uma residência em construção e num dos cômodos, onde provavelmente será um banheiro, ele foi decapitado. “O que chamou a atenção e o laudo pericial indica, a vítima ainda estava viva quando teve sua cabeça cortada. Isso denota tamanha crueldade”, afirmou.
Ainda de acordo com o delegado, além das três prisões e da apreensão de adolescente realizadas nesta quinta-feira, a identificação de outros participantes da ação ainda é alvo de investigação. “Existe também a suspeita da participação de outro homem e também de duas mulheres, que no momento da execução, estariam acompanhando o homicídio”, disse.
Motivação
O delegado Eduardo de Menezes lembrou ainda que uma outra situação que precisa ser esclarecida é a motivação do crime. “O que a gente tem hoje, com clareza, é que de alguma forma a vítima atentou contra os interesses da facção. A gente não consegue individualizar e precisar quais”, ressaltou.
DRACCO
A Operação contou com a participação da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado – DRACCO. De acordo com o diretor da pasta, o delegado Evaldo Gomes, esta é a primeira operação em que a diretoria participa após sua criação. “A Diretoria iniciou suas ações de apoio às investigações das atividades do crime organizado. Nós estamos aqui hoje, dando suporte às delegacias responsáveis pela operação, para concretizar as ações de planejamento, controle e execução das ações de combate à corrupção e ao crime organizado”.
Ainda de acordo com o diretor, a função da nova diretoria é combater a criminalidade em todo o Estado. “Nosso objetivo é fazer presente essa atuação em todo o Tocantins. A repressão ao crime organizado e à corrupção já existia, mas agora queremos dar mais força, qualificar ainda mais essas ações na Polícia Civil do Estado”, afirmou.
Apoios
Ao total, participaram da Operação cerca de 80 policiais civis do Tocantins, contando com o apoio de delegacias circunscricionais e especializadas da região Central e Sudoeste do Estado, da Capital e de Porto Nacional, além do Grupo de Operações Táticas Especiais – GOTE e da equipe multimissão do Centro Integrado de Operações Aéreas – CIOPAER.