Este domingo, dia 16, o presidente executivo da empresa americana construtura de aviões Boeing, Dennis Muilenburg, admitiu hoje que a empresa lidou de forma errada com a situação do sensor de alerta do ´cockpit` dos aviões 737 Max 8, que terá levado à queda de dois aviões.
As declarações foram feitas em Paris, num grande evento aeroespacial, o Paris Air Show. Durante a sua intervenção junto dos jornalistas, admitiu que a comunicação da empresa junto dos seus clientes, publico e reguladores não foi consistente e que isso não era aceitável.
As declarações dizem respeito as acusações da administração federal de aviação dos Estados Unidos que haviam culpado a Boeing de, ao longo de mais de um ano, não ter informado os reguladores que havia um problema com os indicadores de segurança no cockpit do modelo Max 8 em causa. Prometeu também total transparência da empresa sobre o caso daqui em diante.
Contudo, Muilenburg mostrou-se bastante confiante de que, ate ao final do ano, os Boeing 737 Max poderão voltar a voar nos céus. Para que isso aconteça, os reguladores do sector têm de aprovar as alterações e correções ao problema para que não exista mais o risco de queda.
Este será um dos argumentos que a Boeing leva para a Paris Air Show para tentar fazer vendas na “feira”. É preciso enfrentar a situação com humildade e tentar reconquistar a confiança dos consumidores, diz Muilenburg, e que os acidentes foram momentos decisivos para a empresa, e que a farão uma empresa mais forte e melhor. Na mente de Muilenburg, a empresa procurará aumentar a sua quota de vendas no mercado crescente asiático.
Os voos da tragédia
Num curto espaço de tempo, a Boeing via-se em polémica com dois acidentes com o seu modelo 737 Max 8. O primeiro acidente ocorrera em outubro de 2018, um voo da Indonésia Lion Air cairia no mar apenas 13 minutos depois da descolagem. 189 pessoas foram dadas como mortas. Em março de 2019, um voo da Ethiopian Airlines caiu a leste de Adis-Abeba, matando todas as 157 pessoas a bordo. No total, em poucos meses, morreram 346 pessoas em consequência de erros do sistema do avião da Boing.
Em resposta ao acidente da Ethiopian Airlines, e das semelhanças encontradas através da análise das caixas negras, ambas apontando para problemas dos sistemas de voo, múltiplas agências pelo mundo começaram a questionar a suspensão dos voos das aeronaves Boeing 737 Max 8. Ainda em março, a Agência Nacional de Aviação Civil, inclusive determinou a dita suspensão de todos os voos no brasil da aeronave, válida quer para companhias estrangeiras e nacionais. A decisão foi baseada na também suspensão dos voos da agência equivalente americana, a FAA. Medidas semelhantes foram também adotadas por mais de uma dezena de países, como Austrália, Malásia, Cingapura, China e Indonésia
Segundo os dados recolhidos, no Brasil, apenas a Gol detém este tipo de aeronaves e os voos com o Boeing 737 Max 8 foram suspensos até clarificação das condições de segurança dos mesmo.