Existem momentos na política em que o político deve fazer escolhas, defender os interesses do povo ou os seus próprios interesses. Quando um vereador se posiciona em prol de grupo A ou B, ele deve ter em mente que pode aquela atitude não representar a vontade popular e o preço pode ser muito alto.
Isso explica o fato de muitos vereadores com bons "nomes" perderem a disputa, pois, nos dias atuais a população é seletiva, ou seja, não esquece daquele que age apenas em prol de si e vive buscando benefícios visando apenas interesses particulares. Quem segue está linha, vende seu mandato, não possuí projetos, ideias nem planejou nada, apenas está por conta da correnteza, ou seja, para onde for o importante é sobreviver.
Foram oito anos de trabalho e muita dedicação do então ex prefeito Cícero Neco Morais, trabalho que começou em 2013, priorizando a reconstrução da cidade, focado na infraestrutura do município. Naquela época, Estreito estava agonizando, até mesmo o mais fanático apoiador do ex prefeito Zequinha Coelho, reconhece que a cidade estava jogada as traças. Cícero Neco eleito na época, aliou-se a Câmara de Vereadores, buscou apoio junto a Deputados, inclusive o Deputado Léo Cunha e contou com a ajuda da então Governadora Roseana Sarney para iniciar o trabalho de formiguinha, da reconstrução da cidade.
Asfalto, prédios, postos de saúde, quadras, praças, iluminação, escolas, centro cultural e diversas obras foram realizadas nestes oito anos de gestão, destaque para a Orla as margens do Rio Tocantins, que é fruto das parcerias que Cicin conquistou.
A cidade que tinha como cartão postal os buracos e as crateras que engoliam carros, se transformou em um exemplo de gestão e eficiência.
Somado os esforços e parcerias que Cícero Neco conseguiu na esfera Federal e Estadual, Estreito ressurgiu e trouxe novamente orgulho para todos.
A Câmara de Vereadores, parceira da gestão nestes oito anos, aprovou, encaminhou, criou e buscou sempre colaborar em tudo que fosse importante para a cidade. Todos sabem que "oposição" de fato, nestes oitos anos não existiu, afinal, como ser oposição de algo que é bom para a população?
A Câmara de Vereadores, nestes últimos oito anos, teve sim seus erros e deficiências, mas, o resultado das obras e investimentos no município mostram que os vereadores acertaram. Alguns acreditam que a velha política da "oposição" deva prevalecer, caso em que o vereador tem que se manifestar sempre contra, esse tipo de política não cabe mais nos dias atuais, isso foi sem dúvida nenhuma um dos motivos que fez de Tavanes Firmo, presidente durante esses últimos seis anos.
Buscar a pacificação e o entendimento pautado no respeito, mesmo quando existem divergências é papel para um líder, articular e colocar em pauta assuntos importantes para a cidade é papel de um político comprometido com o povo, isso resume Tavanes.
A parceira com Cícero Neco nestes oito anos, exigiu em certos momentos jogo de cintura, pacificação e até mesmo posicionamento contra alguns projetos, Tavanes agiu assim. Quando apareceram projetos reprovados pela opinião popular ele teve coragem de tirar da pauta de votação, mesmo contrariando alguns colegas e até mesmo o prefeito, mas jamais perdeu o respeito e a linha de trabalhar em prol do povo.
A história em 2020 ficará marcada, não só pelo fato de Tavanes mais uma vez ser presidente da Câmara, mas porque ele conseguiu reverter uma situação em que poucos teriam a coragem de agir e se posicionar.
Na campanha, Tavanes apoiou Cássio Batista para o cargo de prefeito. Derrotado, Cássio Batista ficou isolado politicamente. Cícero Neco, tentou com todas as suas forças e recursos eleger seu sucessor, Cássio, mas o nome dele não decolou.
Cícero Neco não foi o derrotado nesta história, na verdade Cássio Batista mostrou que nem mesmo com o apoio do ex prefeito ele conseguiu se eleger. Os votos contabilizados por Cássio Batista, tem como origem o ex prefeito, portanto transferência de votos, prejudicada pela rejeição de Cássio, mas foi o que sustentou seu nome desse o início.
Tavanes, nesta altura por ter apoiado Cássio Batista, junto com o grupo dos demais vereadores da base aliada, ficaram órfãos, pois, Cícero Neco não teria mais mandato e restava os vereadores eleitos se reunirem e buscarem a vitória na mesa diretora da câmara, obviamente isso os fortaleceria, mas foi neste momento que o improvável ocorreu.
Surge uma voz divergente, Mariana Leite, que se declarou candidata a presidência, mesmo com Tavanes afirmando que seria candidato. O grupo rachou, Tavanes acuado e sem entender nada, acabou ficando isolado, enquanto Mariana postava fotos em redes sociais com os demais colegas da base de Cícero Neco, ostentando apoio e o registro de sua chapa.
Tavanes recebeu a proposta para apoiar Mariana, mas diante a alguns fatos resolveu pensar e analisar a circunstância.
Sabia-se que nas últimas votações (sessões), a Câmara teria de votar a Lei Orçamentária Anual, onde se realiza a previsão de gastos no próximo ano. Tavanes sabia que seria uma situação polêmica, pois, diante a vitória de Léo Cunha, muitos iriam querer inflar o orçamento, inviabilizando a gestão do prefeito eleito. Foram vários dias de conversas, reflexão e Tavane resolveu buscar o diálogo improvável com Léo Cunha sobre a situação.
Tavanes chegou a conclusão que seria um erro apoiar qualquer ação que tivesse com objetivo ir contra a gestão que inicia, pois se o povo escolheu Léo Cunha, a vontade da população deve ser respeitada. Qualquer ação no sentido contrário é ir contra o povo e a sua cidade.
Diante disso, Tavanes, inciou uma conversa com Léo Cunha e os vereadores que foram eleitos por sua coligação, conquistando o apoio deles, registrando a chapa que seria presidente.
Piadas, desrespeito e perseguição, tornaram-se rotina no dia a dia de Tavanes. Alguns chegaram a chamar Tavanes de "traidor", mas ele preferiu ao invés de responder, focar no objetivo era ser eleito presidente e ajudar Léo Cunha na boa gestão da cidade.
Mariana Leite, continuava com sua campanha midiática, enquanto Tavanes ficava nos bastidores.
Tavanes sabia que precisava de apenas um voto dos vereadores que faziam parte da chapa de Mariana para ser eleito. Sabendo disso, iniciou uma missão desacreditada por muitos, o corpo a corpo explicando os motivos e objetivos de sua candidatura. Encontrou resistência de alguns, mas acabou encontrando a simpatia de outros, que embora não declaravam seu voto, diziam apenas que iriam pensar. Tavanes explicava a todos que Léo Cunha havia sido eleito pela maioria da população e que para sua gestão ter apoio total da câmara, ele queria ser presidente e assim evitar possíveis boicotes.
Tudo estava muito tenso e indefinido, até que o grande dia chegou. Nesta sexta feira (01), no templo da Assembleia de Deus, foi realizada a votação que escolheu o presidente da Câmara para o biênio 2021/2023. Tudo muito tenso, ninguém escondia o nervosismo, era nítido no semblante de todos, afinal, optar votar pela oposição a atual gestão por simples interesse pessoal ou votar pelo sucesso da gestão e a favor da maioria da população.
Tavanes conseguiu fazer com que alguém da chapa de Mariana Leite, votasse a favor da cidade e da maioria da população. Algum dos vereadores que estavam na chapa de Mariana Leite, votou a favor de Tavanes Firmo, reelegendo o atual presidente a mesa diretora e dando a chance para Léo Cunha trabalhar de forma mais tranquila pelo município.
Após a proclamação do resultado da vitória de Tavanes, Mariana e os demais vereadores que a apoiavam, se olhavam sem acreditar, sem entender o que estava acontecendo. Na verdade, era notório que se buscava saber quem teria votado a favor de Tavanes, uma cena que jamais será esquecida.
Alguns preferiram seguir com a campanha criminosa em redes sociais, perguntando "quem era o Judas" que teria traído Mariana. Mais uma vez tentando intimidar aquele que votou pelo povo, contra a estratégia de transformar o prefeito eleito em refém. Traidor ou herói? O fato é que Tavanes conseguiu de forma democrática reverter uma situação que era praticamente impossível para alguns. Reverter uma situação desfavorável, mudar seu ponto de vista e aliados, buscar o corpo a corpo e tentar despertar a consciência para que não fosse feito oposição para atrapalhar o prefeito eleito, tudo isso Tavanes conseguiu.
Em seu discurso, ele falou em união, que sabe que embora teve vários votos contrários, mesmo assim, seus colegas poderão contar com sua fidelidade e colaboração. Tavanes afirmou que estará sempre a disposição de Léo Cunha e de seus colegas.
Por fim, Tavanes mostrou que na política, não basta interesses pessoais, promessas e compromissos, mas que existem sim pessoas de bem que entendem a importância do coletivo, da melhoria da cidade e do apoio incondicional a gestão.
Ganhou a população, a cidade e a democracia, perdeu a soberba e a ideia de que político é tudo igual. Léo Cunha tem agora a mesa e a maioria na câmara, resultado que muitos não irão dormir de tamanho descontentamento.
Foram os 07 a 06 mais valorizados da história da Câmara de Estreito, sete votos pelo povo e de respeito.