A obtenção da prova foi possível após perícia e cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa do indivíduo, local onde foi encontrado um par de botas usado pelo suposto autor.
Por intermédio do Laboratório de Genética Forense do Instituto de Criminalística, unidade ligada a Polícia Científica, e por meio de técnica moderna de exame de DNA, um homem de 36 anos, preso no último dia 19 de dezembro como o principal suspeito de ter matado um casal de idosos em uma fazenda às margens da TO-080, em novembro do ano passado foi, de fato, incluído no local do crime. Com base no trabalho dos profissionais do Instituto de Criminalística, o resultado dos exames serve como prova de suma importância que auxiliará o Ministério Público no prosseguimento do caso. Dessa forma, mesmo que se negue ou se cale quanto a sua presença no local dos fatos, o trabalho conduzido pela Polícia Científica do Tocantins aponta que o suspeito esteve na fazenda que foi palco do crime.
A obtenção da prova foi possível após perícia e cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa do indivíduo, local onde foi encontrado um par de botas usado pelo suposto autor. Depois de analisadas pelo Perito Oficial plantonista e encontrado vestígios de sangue humano, o perito encaminhou-as ao Laboratório de Genética Forense em Palmas. Através das análises foi detectado perfil genético (DNA) único e completo que, quando comparado com o perfil genético de referência de uma das vítimas, pode-se afirmar que coincidiam e, fornecendo fortes indícios da participação do homem no assassinato das vítimas.
O casal de agricultores foi morto de maneira brutal na região rural de Paraíso do Tocantins em novembro do ano passado. O duplo homicídio qualificado chocou a população pelos requintes de crueldade, sendo que o suposto autor foi localizado e preso pela Polícia Civil no dia 18 de dezembro. Ele confessou o crime e disse que matou as vítimas em razão de ter sido demitido da fazenda.
A Polícia Civil organizou uma reprodução simulada do crime no último dia 23 de dezembro e indiciou o homem por duplo homicídio qualificado, furto consumado e furto tentado. O Inquérito Policial foi concluído e enviado para apreciação do Ministério Público do Tocantins.
Materialização de vestígios
Conforme o perito oficial e gerente da Qualidade do Laboratório de Genética Forense do Instituto de Criminalística, Marciley Alves Bastos, o trabalho da perícia é solucionar crimes por meio da materialização de vestígios que não podem ser vistos a olho nu. Balizado na ciência e tecnologia, os peritos descobrem a dinâmica dos fatos e a autoria dos crimes de maneira incontestável, o que contribui de maneira decisiva para a descoberta da verdade real e correta aplicação da justiça. “Foi isso que fizemos neste caso, através da técnica moderna de exame de DNA pudemos incluir o suspeito no local do crime” destacou.
Segundo o perito oficial e gerente técnico do Laboratório de Genética Forense, Paulo Wiese Teixeira, outros vestígios biológicos foram coletados das vítimas e de um segmento de madeira que seguem em análise e poderão demonstrar o instrumento usado para matar o casal e se a vítima teria sofrido abuso sexual, aponta.
Para a diretora de Perícias Criminais, Georgiana Ferreira Ramos, a modernização das práticas de investigação pericial e o investimento em ciência e Tecnologia poderão reduzir a impunidade e aumentar a resolução de crimes de homicídio, por exemplo, apresentados pelo Brasil quando comparado com outros países.
Laboratório de Genética Forense
Inaugurado em dezembro de 2019, o Laboratório de Genética Forense da Polícia Científica do Tocantins vem conseguindo excelentes resultados como a identificação de estupradores em série que cometeram estupros no Tocantins, bem como em outros Estados e identificação de corpos e ossadas.
O Laboratório passa por capacitação e treinamento para integrar a Rede Nacional de Banco de Perfis Genéticos, e após auditoria, o órgão poderá incluir vestígios genéticos e perfis de condenados por crimes hediondos em um Banco Estadual e Nacional para comparação e buscas e com isso solucionar crimes passados e futuros, caso os condenados ali identificados voltem a praticar novos delitos.