O primeiro dia de aula dos cerca de 500 alunos do turno matutino do Colégio Estadual Tiradentes, um dos pioneiros da Capital, foi marcado por palestras e orientações a respeito do perigo do uso de drogas, do compartilhamento de imagens e arquivos impróprios, como também a respeito da atuação da Polícia Civil do Tocantins.
Denominado Projeto Polícia Civil nas Escolas, a atividade é realizada pela Secretaria da Segurança Pública por meio da Escola Superior de Polícia – ESPOL e da Diretoria de Políticas de Segurança. Na programação, temas como a prevenção ao uso de drogas, combate ao cyberbullying e prevenção à automutilação. O Projeto também contou com stands de apresentação do Grupo de Operações Táticas Especiais (GOTE), da Perícia Criminal, da Delegacia Especializada na Repressão a Narcóticos (DENARC) e do Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAER).
Para o secretário da Segurança Pública, Cristiano Sampaio, a atuação policial em unidades educacionais possibilita a implementação de políticas preventivas, evitando o envolvimento dos estudantes com a criminalidade. “Quanto mais você se aproxima da classe estudantil, transmite valores, princípios basilares da sociedade, mais você tem uma expectativa para que elas continuem estudando para ter uma profissão, uma formação e mais a gente espera que elas se afastem do crime, deixem de faltar aulas, não comecem a usar drogas ou migrem para o caminho do crime, então a ação preventiva é mais eficiente: a gente trabalhar antes do crime acontecer”, afirmou.
Segundo a diretora Maria Nazaré Macena Rodrigues, o Colégio Estadual Tiradentes possui um projeto político pedagógico e dentro dele existem ações de parceria com órgãos públicos e privados. “Essa parceria é muito importante. As palestras preventivas pretendem trabalhar com os jovens a consciência e o perigo das drogas, por exemplo. Já os professores reforçam os conteúdos em sala de aula, que também serve como atividades complementares de avaliações contínuas e paralelas”, afirmou.
Já a diretora da ESPOL, delegada Ludmila Cristian Barreto Cesarino, as atividades itinerantes com a comunidade trazem para a juventude a atuação das polícias civil e científica, como também as especificidades de cada função policial. “Nossa intenção é trazer a Polícia para dentro das escolas. Não só para os alunos, mas para a família também. Para nós, a escola é uma extensão da nossa casa. Nós, como Escola Superior de Polícia, acreditamos que tudo começa com educação. Não existe cidadania e segurança sem educação”, afirmou.
Prevenção e Informação
Durante a programação da manhã, duas palestras foram ministradas à comunidade escolar: “Computação Forense e Perícia Digital”, com o perito criminal Thiago Magalhães Brito, e “Prevenção no uso de drogas ilícitas”, com o escrivão de Polícia Civil Geovânio Venez de Lima.
Thiago Magalhães ressaltou os principais delitos praticados por jovens, citando a divulgação de conteúdo não autorizado, ameaça, estupro virtual, tráfico de drogas e organização criminosa, assim como o sequestro de dados digitais. O perito alertou também sobre indícios de depressão e suicídio no público jovem. “Geralmente o conteúdo que identificamos em dispositivos apreendidos é o oposto do que os pais acreditam. Às vezes o jovem já possuía um comportamento suicida e os pais e amigos não perceberam”, afirmou.
Com atuação na DENARC, o escrivão Geovânio Venez enfatizou o combate às drogas como uma crescente preocupação institucional, por ser um problema de Saúde e também de Segurança Pública. “Nas duas situações, as drogas são as principais preocupações que temos hoje em pesquisas realizadas na sociedade. O maior perigo em relação às drogas é porque não existe índice seguro, nenhum parâmetro de uso. Todo e qualquer contato com entorpecentes se torna perigoso, tanto na questão da saúde, quanto na questão criminal”, afirmou.
PESSE
O Projeto Polícia Civil nas Escolas busca aproximar o órgão policial – que tem a atribuição constitucional de Polícia Judiciária e de apurar crimes e identificar os seus autores – da comunidade em que está inserido, para a construção conjunta de uma filosofia contrária à violência em nosso Estado. Além da integração, o Projeto promove a prevenção de delitos pelo fortalecimento da educação e pelo acesso dos jovens e cidadãos em geral aos mecanismos institucionais de garantia de direitos, aumentando a segurança e a confiabilidade nas instituições de Segurança Pública.
Sob o prisma das diretrizes previstas no Plano Estadual de Segurança Pública e Defesa Social – PESSE, lançado em 25 de junho e reunindo esforços de mais de 15 instituições públicas e privadas, entre elas a Secretaria da Segurança Pública, a Polícia Civil, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e a Secretaria de Cidadania e Justiça, o “Polícia Civil nas Escolas” compõe a política de promoção da cultura de paz.
A ação iniciada nesta quinta-feira, 1º, pretende envolver ao longo do semestre um total de quatro mil alunos da rede pública de ensino, professores, pais ou responsáveis legais e a comunidade local.