Ação mobilizou policiais civis de Palmas e também do interior do Estado.
A Polícia Civil do Tocantins, por meio da DRFRVA – Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos, de Palmas, com apoio da 7º Delegacia Regional de Polícia Civil de Gurupi, sob a coordenação do delegado, Rossílio Correia, deflagrou uma operação contra furto de gado. Com o apoio da Polícia Rodoviária Federal de Uruaçu-GO, os policiais civis deram cumprimento, na manhã desta quinta-feira, 6, em Uruaçu-GO, ao mandado de prisão preventiva por furto qualificado e formação de quadrilha, contra um homem de 28 anos, que atende pelo apelido de “ Gordinho”.
Batizada de “Apolo” e cujas investigações estão em andamento há alguns meses, a operação teve como objetivo localizar o paradeiro de “Gordinho”, suspeito de ser o mentor intelectual de um grupo de pessoas que, há anos, vem cometendo diversos furtos de cabeças de gado nas imediações das cidades de Figueirópolis, Alvorada, Cariri, Formoso do Araguaia e Gurupi. Durante as investigações foram captadas conversas que mostram todo o planejamento e execução de crimes na região.
Liderança do grupo criminoso
A última atuação do grupo ocorreu em uma fazenda no município de Figueirópolis, no dia 27 de fevereiro de 2021, onde, com ajuda do vaqueiro da propriedade vizinha, o grupo furtou 33 reses de gado de um fazendeiro da região. O crime ocorreu durante a noite e quando o proprietário estava viajando. Ao ser ouvido no inquérito, o referido vaqueiro confessou a participação no furto e delatou os comparsas no crime. Outro furto praticado pelo grupo ocorreu no município de Alvorada, em 2021.
Modus Operandi
O delegado Rossílio explicou que a coordenação das ações ficava sempre a cargo de Gordinho. “Antes de furtar o gado, o líder do grupo fazia contato e amizade com funcionários de fazendas e se comprometia a pagar um percentual do gado a ser furtado, que girava em torno de 30% a 40% do total do valor dos animais”, ressalta a autoridade policial.
Em seguida, o bando escolhia um dia chuvoso e uma data em que o proprietário não se encontrasse na fazenda e, com a ajuda do “vaqueiro” comparsa, pegavam o gado furtado e os colocava no curral da própria fazendo ou do vizinho. Depois que os animais estavam fechados, “Gordinho” entrava em contato com um caminhoneiro que transportava o gado da fazenda. Posteriormente, os semoventes eram "esquentados", com notas fiscais falsas e revendidos a receptadores da região.
O grupo procurava agir em fazendas com grande número de cabeças de gado e pouco controle na contagem das mesmas. O esquema era tão bem feito que quando os proprietários descobriam os furtos, já haviam se passado dias ou meses. Também foi apurado pela investigação que muitas das reses furtadas eram revendidas em um açougue localizado na cidade de Gurupi.
Durante a operação, foram identificadas cinco pessoas integrantes do esquema criminoso, sendo um residente em Gurupi, um de Cariri, um de Figueirópolis e dois em Alvorada. O líder do grupo que foi preso hoje tem em sua ficha de antecedentes criminais processos em 2020 na cidade de Formoso do Araguaia, por furto de outras 20 reses de gado. E as investigações revelaram que, há anos, “Gordinho” e seu grupo vem atuando na região no furto de gado.
A ação também contou com apoio de policiais civis de Cariri do Tocantins, agentes da 89ª Delegacia de Gurupi, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Grupo de Operações Táticas Especiais (GOTE), unidade de elite da Polícia Civil, que fará o recambiamento do investigado para à cidade de Gurupi ainda nesta quinta-feira, 06.
O inquérito policial será concluído ainda esta semana e encaminhado ao Poder judiciário, com o indiciamento de todos os envolvidos pelos crimes de furto qualificado e formação de quadrilha. A operação foi batizada de Apolo em alusão a Apolo, que na mitologia grega era considerado o Deus do Gado e da Agricultura.