Nesta semana, a equipe técnica de licenciamento ambiental do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) iniciou uma jornada de 30h no Curso de Introdução a Espeleologia. Essa capacitação, que teve início na segunda-feira, 23, é fruto da parceria entre o Naturatins e a Universidade Federal do Tocantins (UFT).
O curso ministrado pelo professor doutor Fernando de Morais do Programa de pós-graduação em Geografia da UFT será dividido em dois estágios. Ao longo das primeiras 12h estão sendo apresentados conceitos básicos dessa especialidade voltados para as questões de interesse do licenciamento ambiental. O restante da carga horária será dedicado a atividade de campo, para o reconhecimento de cavernas na região sudeste do Estado.
Segundo o professor Fernando de Morais essa capacitação traz conceitos básicos que envolvem o licenciamento ambiental de empreendimentos e áreas que possuem cavernas, as chamadas áreas cársticas ou carste. Essas áreas possuem um tipo de relevo característico da dissolução das rochas, o que propicia a formação de cavernas, vale seco, rios subterrâneos, paredões rochosos, entre outros. O professor explica ainda, que são formações normalmente com ocorrência em terrenos de rochas calcárias, mas que também podem ocorrer em outros tipos de rochas.
Para o diretor de Gestão e Regularização Ambiental do Naturatins, Manoel Ribeiro de Souza Júnior, os conhecimentos abordados no curso vão elevar a capacidade técnica de reconhecimento dessas áreas, uma vez que nem sempre as características das paisagens cársticas ou das cavernas estão visíveis.
Manoel Ribeiro relata que geralmente os processos de licenciamento apresentam imagens de superfície e sem um olhar técnico mais preparado há a dificuldade de reconhecimento das características que indicam a possibilidade desse tipo formação. O diretor destaca que as capacitações técnicas sempre são de suma importância ao setor, para garantir a eficiência e segurança da análise técnica.
Fernando de Morais reitera que no Tocantins há ocorrência dessas áreas em boa parte do Estado e o alcance dos conhecimentos básicos sobre esses ambientes tem sido uma demanda dos inspetores de recursos naturais. Ele esclarece que essas áreas possuem aspectos, que podem ser potenciais para alguns tipos de licenciamentos, como o turismo e o lazer ou entrave para outros usos, como mineração ou obras lineares.
A atividade em campo, para reconhecimento de áreas, está prevista para ocorrer nos próximos dias 02, 03 e 04 de outubro, composta nesta primeira etapa, por oito componentes na equipe.