Pelo menos 13 pacientes que ocuparam o leito 19 da unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Regional de Santa Maria podem ter morrido por causa de uma troca de tubulação, entre julho do ano passado e janeiro deste ano. A denúncia foi feita por um enfermeiro e quatro médicos da unidade de saúde. “Por causa dessa reforma irresponsável, colocaram ar comprimido no lugar do oxigênio”, afirmou Ivan Rodrigues, ex-diretor administrativo do hospital, exonerado ontem. Por meio de assessoria de imprensa, a Secretaria de Saúde informou que as obras, necessárias, foram realizadas com o auxílio de técnicos.
O ex-diretor do hospital de Santa Maria garante ter tentado entregar pessoalmente a um gestor da Secretaria de Saúde os relatórios que confirmavam as 13 mortes. “Responderam me dizendo que não iam receber a documentação porque não tinha valor algum”, denunciou. A mudança na estrutura teria começado a ser realizada em 6 de julho do ano passado, mas a relação entre a reforma e as mortes só foi percebida em janeiro deste ano. No fim daquele mês, o leito acabou bloqueado após a constatação da falha. O quarto segue interditado.
(Correio Braziliense)