O projeto executivo do derrocamento do chamado Pedral do Lourenço já está em andamento e deve ser concluído em até quatro meses. A informação foi passada ontem à bancada paraense pelo ministro dos Transportes, Paulo Passos, em Brasília. Segundo o ministro, o projeto executivo seria licitado pelo governo federal, porém, a Vale propôs contratar diretamente a empresa responsável, o que garante economia de tempo. De acordo com o ministro, a Vale inicia amanhã o projeto executivo, no valor estimado de R$ 9 milhões, com prazo de entrega de quatro meses. "Ganhamos um tempo enorme. Imagina se nós fossemos licitar, para aí, fazer o projeto executivo. Seriam pelo menos dois anos de espera (para o início da obra). Então, nós ganhamos um tempo enorme e ganhamos as garantias do governo, primeiro da ministra do Planejamento, Míriam Belchior, na semana passada, e agora do ministro dos Transportes. Nós vamos ter a obra, o povo do Pará pode ficar tranquilo", comemorou o líder da bancada federal, deputado Beto Faro (PT-PA).
Para o deputado Cláudio Puty (PT-PA), com a confirmação da Vale, será antecipado em seis meses o processo de licitação da obra. No entanto, durante a reunião, uma antiga dúvida que parecia ter sido resolvida pelo governo federal voltou à tona. Questionado pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) sobre quem seria responsável pela fase das obras de execução do derrocamento, o ministro dos Transportes afirmou que a obra "será feita pelo governo ou pela Vale". A declaração de Paulo Passos contradiz o que disse há 20 dias a ministra Belchior, em reunião com o senador Flexa Ribeiro e o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM). Naquela ocasião, Miriam afirmou categoricamente que o governo federal iria realizar as obras. "Assim que saí da reunião fui até o senador Eduardo Braga, que estava comigo e confirmou aquilo que a ministra Miriam Belchior disse. É lamentável esse desentendimento do governo federal. Espero que essa dúvida seja sanada nos próximos dias e não tenhamos que esperar mais, como foi sugerido na reunião", disse Flexa Ribeiro.
O senador Eduardo Braga confirmou que o governo federal havia declarado que iria realizar a obra e estranhou a declaração do ministro Passos. Braga afirmou que iria procurar a ministra Belchior para saber o que teria ocorrido. Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá (Acim), Ítalo Pojucan, que também compareceu à reunião, a discussão sobre quem será o responsável pelas obras de viabilidade da hidrovia são menores, o importante é que elas, finalmente, começarão. "Saímos convencidos de que é um projeto que vai sair do papel. O ministro colocou a palavra dele de que ao final desses quatro meses, vai fazer as obras. Para nós, não importa de onde virá o recurso", destacou, ressaltando que, ao fim das obras, o transporte na hidrovia do Tocantins deve saltar dos atuais 1,5 milhão de toneladas para mais de 70 milhões de toneladas. Participaram da reunião também os deputados federais Zé Geraldo (PT), Miriquinho Batista (PT), Giovanni Queiroz (PDT), Lúcio Vale (PR), Arnaldo Jordy (PPS), Lira Maia (DEM), Wandenkolk Gonçalves (PSDB), Josué Bengtson (PTB) e Asdrúbal Bentes (PMDB).
(Jornal o Liberal)