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Família usava Bomba como 'ferrinho para segurar porta' há 15 anos em MS

Data do post: 30/04/2012 18:19:38 - Visualizações: (968)

Descoberta aconteceu quando outra bomba foi achada no mesmo bairro. Equipe da polícia irá recolher projétil para análise nessa segunda-feira (30).

   A doméstica Jerusa Pereira dos Santos, de 40 anos, guarda em casa há 15 anos um projétil de artefato bélico encontrado enterrado no quintal. No sábado (28), a dona de casa descobriu que  era uma bomba e que representa riscos à família depois que um objeto semelhante foi encontrado em um canteiro de obras na mesma rua, no Jardim Carioca, em Campo Grande.

  Nessa segunda-feira (30), policiais militares da Companhia de Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais (Cigcoe), devem ir até a casa retirar a bomba.

A gente nem imaginou que pudesse ser uma bomba, e eu só guardei porque era diferente. Eu usava o 'ferrinho' pra segurar a porta; toda vez que alguém tirava ele do lugar, eu perguntava onde estava meu ferrinho”,  disse Jerusa .

  Há 4 meses, o irmão dela chegou a comentar que o “ferrinho” parecia uma bala e que deveria entregar para um museu. “Eu nem levei a sério”.

  A descoberta aconteceu depois que a polícia foi acionada para retirar um artefato explosivo de uma obra próxima, no sábado (28). A filha de Jerusa, de 10 anos, viu a bomba. “Ela voltou para casa desesperada, porque o objeto era igual ao que a gente tinha guardado”.  A polícia soube da existência desse outro artefato e irá retirá-lo da casa hoje.

 O projétil na casa de Jerusa foi descoberto em 1997, quando cavaram um buraco para uma fossa no quintal da casa. Na época, o marido da doméstica achou estranho o objeto, mas ele virou um 'souvenir' prático da família. As filhas da dona de casa usaram várias vezes o projétil para amassar latinhas. As meninas levantavam a bomba e usavam a base como martelo. “Ele [o artefato] era usado dentro de casa, no quintal, ficava no sol, segurava o portão e nunca aconteceu nada”, comenta.

 Depois da descoberta de sábado, o projétil saiu do portão da casa e foi deixado no quintal, por receio de que algo acontecesse.

 Análise

 Depois de avaliar as fotos, o major Marcos Paulo Gimenez, comandante da Cigcoe, disse que o objeto encontrado na casa de Jerusa é muito semelhante ao destruído no canteiro de obras no sábado.

 O projétil destruído no canteiro de obras, segundo Gimenez, provavelmente era utilizado entre as décadas de 1910 e 1920.   O sargento Tárcio Pimentel, técnico em bombas e explosivos da Cigcoe, disse que o exemplar destruído estava ativo.

 “Quando nós demos um choque com carga de explosivo reduzida o artefato explodiu e se fragmentou”, explicou. Parte do material foi recolhido para análise.

  Pimentel explicou que não é possível identificar o tipo de explosivo, a origem do artefato ou há quanto tempo estava no canteiro de obras. “Só uma análise e um estudo detalhado podem definir as características do artefato”, conclui.

  A Polícia Militar orienta que se alguém encontrar um objeto suspeito de bomba deve isolar a área e acionar o 190. As pessoas devem manter distância do material até chegada da polícia.

  A assessoria do Comando Militar do Oeste (CMO) informou que vai procurar a família que encontrou o artefato e analisar se há necessidade de detonar ou não o explosivo. A assessoria não informou que o bairro onde o projétil foi encontrado era usada como área de treinamento militar.

G1

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