O plano de trabalho apresentado pelo relator, Odair Cunha (PT-MG), no começo da tarde trazia a previsão do depoimento para o dia 17 de maio.
O relator acolheu a proposta dos integrantes da CPI para agendar o depoimento de Cachoeira para o dia em que estava prevista uma reunião administrativa da comissão - 15 de maio. A reunião ficou para o dia 17.
Reunião da CPI mista que apura o envolvimento de políticos e empresários com o bicheiro Carlinhos Cachoeira (Foto: Agência Senado)Reunião da CPI mista que apura o envolvimento de políticos e empresários com o bicheiro Carlinhos Cachoeira (Foto: Agência Senado)
Cachoeira será o segundo a prestar depoimento na CPI. Antes do bicheiro, serão convidados a falar na CPI, no dia 8 de maio, o delegado da Polícia Federal Raul Alexandre Marques Sousa, responsável pela Operação Vegas, que investigou o envolvimento de Cachoeira com jogo ilegal.
No dia 10 de maio, devem ser ouvidos os depoimentos do delegado Matheus Mella Rodrigues e os procuradores da República Daniel Rezende Salgado e Lea Batista de Oliveira, responsáveis pela investigação da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que resultou na prisão do contraventor.
OS DEPOIMENTOS APROVADOS PELA CPI
8 de maio
Raul Alexandre Marques Sousa, delegado da PF
10 de maio
Matheus Mella Rodrigues, delegado da PF
Daniel Rezende Salgado, procurador da República
Lea Batista de Oliveira, procuradora da República
15 de maio
Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira
22 de maio
José Olímpio de Queiroga Neto
Glayb Ferreira da Cruz
Geovani Pereira da Silva
Wladimir Henrique Garcez
Lenine Araújo de Souza
24 de maio
Idalberto Matias de Araújo
Jairo Martins
29 de maio
Claudio Dias de Abreu, ex-diretor da empresa Delta
31 de maio
Demóstenes Torres, senador
Fonte: CPI
Para os dias 22 e 24, estão previstos depoimentos de pessoas, que segundo a PF, são ligadas ao bicheiro.
O relator negou pedido para que Cachoeira fosse ouvido antes dos delegados e dos procuradores. "É uma linha de investigação ouvir primeiro os acusadores e depois os acusados", explicou em entrevista a jornalistas.
O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), que responde no Conselho de Ética do Senado por suposta quebra de decoro parlamentar, por envolvimento com Carlinhos Cachoeira, será ouvido no dia 31 de maio no CPI.
"Sobre a questão de se ouvir primeiro [Cachoeira], vamos ouvir primeiro, depois dos acusadores. Temos mais de 20 mil páginas de processos que devem ser lidas por nós. Como vamos ler mais de 20 mil processos antes?", disse o relator.
Debate
O plano de trabalho apresentado pelo relator Odair Cunha foi debatido por mais de três horas pelos integrantes da CPI antes de ser aprovado, de forma nominal.
Os principais pontos foram a possível convocação do procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, do presidente da Delta, e do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). O relator não propôs as oitivas de nenhum dos três. "Não vamos começar a chamar governadores sem analisarmos", disse o relator.
Procurador-geral da República
O senador Fernando Collor (PTB-AL) defendeu, durante discussão do plano de trabalho, que o procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, seja o primeiro depoente a ser ouvido pela CPI.
"A instituição Ministério Público não vai ficar impedida de seguir apresentando essas denúncias", disse o senador.
Já a senadora Vanessa Graziottin (PCdoB-AM) questionou as oitivas. A senadora também afirmou que não se deve descartar a possibilidade de ouvir o procurador-geral da República Roberto Gurgel. "Sinto que estamos ouvindo muito pouca gente. E as outras que têm relação, não vamos ouvir?", questionou.
saiba mais
Segundo o relator, ainda não há definição sobre uma possível convocação do procurador. "O plenário desta comissão, na próxima reunião, ainda pode voltar a este tema", disse o relator.
O senador Pedro Taques (PDT-MT) sugeriu que o ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish, e que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) também sejaM ouvidos. "Não podemos tirar a Delta deste debate", afirmou.
Datas ampliadas
As datas das reuniões da CPI também foram questionadas pelos parlamentares. Pela proposta apresentada por Cunha, seriam realizadas duas sessões de depoimentos nos meses de maio e junho. A proposta para que a comissão tenha reuniões três dias da semana foi acatada pelo relator.
"Eu não tenho problema de nós ampliarmos para mais de dois dias. Eu só pediria que, na próxima sessão administrativa, dia 17 de maio, façamos um diálogo para saber os dias", disse o relator.
G1