Os números assustam a Comissão Pastoral da Terra (CPT): do ano passado até 2012, oito pessoas foram mortas no Maranhão com características de crimes por encomenda. Quatro destes, motivados por conflitos de terra.
O Maranhão seria o segundo estado brasileiro com o maior número de vítimas do chamado 'crime de pistolagem'. Só este ano, segundo a CPT, 70 pessoas já foram marcadas para morrer. A Comissão diz, ainda, que a demora em regularizar as terras quilombolas, a demarcação de terras indígenas e a escassez de efetivo policial são fatores que contribuem para esses dados.
"O estado não garante segurança. Muitas vezes, não há inquéritos policiais para apurar tentativas de homicídio, ameaças de morte, até mesmo homicídios", relatou Diogo Cabral, advogado da CPT.
As vítimas foram o ex-prefeito de São José dos Basílios, Francisco Ferreira Sousa; o empresário, Margion Andrade; os irmãos empresários José Mauro Alves de Queiroz e José de Queiroz Filho; o advogado João Ribeiro Lima; o lavrador Raimundo Alves Borges; o jornalista Décio Sá e a cacique Maria Amélia Guajajara.
A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão contesta os dados. Para o órgão, somente o assassinato dos Irmãos Queiroz - que aconteceu em janeiro - e do jornalista Sécio Sá - no fim de abril - possuem características de crimes por encomenda. A delegada geral, Cristina Menezes, descarta a existência de execuções por disputa agrária no estado. "Não verificamos, exatamente, crimes de conflitos pela terra, exceto entre os vizinhos dos assentamentos e não o dono da terra contra aqueles que a ocupam", argumentou.
Doze deputados estaduais já assinaram a proposta de criação da CPI da Pistolagem. Se for instaurada, a Comissão Parlamentar de Inquérito deverá investigar assassinatos no Maranhão ocorridos desde 2010. Para os deputados, oito execuções teriam características de crimes por encomenda.
Do G1/MA