Uma suspeita de surto de gripe equina levou a Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo a interditar por 30 dias parte do hospital veterinário da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Jaboticabal (SP). Segundo os médicos veterinários, dos 19 cavalos internados no local, 11contraíram a doença - ao todo, o campus possui 100 animais. Na unidade foram mantidos apenas os atendimentos de urgência, como as cirurgias. Passado o período, o hospital deve voltar a atender normalmente.
De acordo com a residente de clínica médica de grandes animais, Gabriela Marchiori Bueno, a suspeita teve início há dez dias com a chegada de um animal ao hospital para um tratamento. “Ele já estava com uma gripe bem evoluída e após 20 dias da internação dele, os outros animais começaram a apresentar os sintomas”, afirma.
Bueno explica que foram notados sintomas típicos da doença como secreção nasal e tosse. “Os animais também estavam apáticos, além de terem apresentado febre”. Segundo ela, todos os animais passaram por uma fase crítica da gripe, mas todos estão em recuperação. O tratamento é sintomático e feito à base de antitérmicos e antibióticos.
Amostras de sangue dos animais foram coletadas pela Defesa Estadual para confirmar a suspeita. Segundo o veterinário responsável, Luís Guilherme de Oliveira, a maior parte dos cavalos doentes não era vacinada. ”Devemos reforçar o pedido para que os criadores vacinem seus animais como medida preventiva. Sem a imunização eles ficam mais susceptíveis ao desenvolvimento da doença”, diz Oliveira.
Os especialistas afirmam que a gripe equina é de fácil contaminação, mas de baixa letalidade. O hospital não registrou nenhuma morte.
Doença
O supervisor do hospital, José Correa de Lacerda Neto, enfatiza que a doença acomete apenas a família dos equídeos, que abrange cavalos, burros, mulas e jumentos, não oferecendo risco aos humanos. O clima frio favorece a disseminação da gripe equina, segundo Lacerda Neto.
“Temos uma preocupação sanitária com relação aos cavalos para que esses animais que estão aqui não transmitam a doença a outros. Hoje em dia, a equideocultura se baseia muito em cavalos de prova. Toda semana nós temos muitos eventos na nossa região. Então, é necessário que a doença esteja circunscrita aos locais onde ela ocorreu, para evitar uma nova contaminação”.
(G1)