A greve de fome foi uma forma de protesto dos detentos, que reclamavam do fornecimento de comida estragada na unidade, o que levou familiares dos mesmos a procurarem a Promotoria de Justiça de Ananás e cobrar providências em relação à situação.
O Promotor de Justiça Caleb Melo Filho requisitou informações do Chefe da Cadeia Pública, o qual apresentou um relatório informando que as refeições eram servidas normalmente e com boa qualidade, havendo manifestação dos presos mesmo após o atendimento de quase todas as reivindicações, informando inclusive que o cardápio era montado pelos próprios detentos e que alguns presos eram coagidos a aderir ao movimento mediante ameaças.
Foram informados os nomes de cinco detentos como sendo os líderes da revolta, a maioria oriunda de outros estabelecimentos prisionais, onde tiveram problemas com a administração carcerária. Apurou-se, ainda, que três detentos já haviam sido encaminhados para atendimento médico por desnutrição e que os detentos tentavam impedir a prestação de socorro aos mesmos.
O Promotor de Justiça requisitou a instauração de inquérito policial e realização de perícia na cozinha da Cadeia Pública e reforço policial junto à Companhia de Polícia Militar de Tocantinópolis, tendo a Cadeia Pública sido cercada e, após o restabelecimento da segurança, conversou com os detentos e ouviu suas reivindicações, sendo providenciadas a transferência dos cinco líderes do movimento para outros estabelecimentos prisionais.
Em revista às celas constatou-se a existência de vários pacotes de biscoito e chocolates, que só eram disponibilizados aos líderes do movimento.
Após a transferência dos líderes, o MPE recomendou, como base em orientação de um médico da cidade, que fossem disponibilizados aos detentos leite morno com açúcar e sucos para a reidratação e, em seguida, fornecidas refeições leves, o que foi aceito por todos, dando o protesto por encerrado nesta quarta-feira.
Fonte: Denise Soares/Ascom/MPE