A briga aconteceu na Rua dos Operários no Bairro Alto Bonito em Tocantinópolis, onde ao contrário das outras agressões, nessa, o homem se deu mau.
Pauliana Araújo da Conceição de 31 anos, feriu com três golpes de facas, seu próprio marido, Valdonez Nobres da Silva, de 26 anos.
Com os gritos de socorro de Valdonez, vizinhos chamaram a polícia, que ao chegar no local encontraram a casa toda ensangüentada, bem como a vítima com três ferimentos.
Pauliana que estava vestida de roupas brancas, ficou toda suja de sangue do marido, que foi levado para o hospital municipal por policiais da Paban (Policiamento Bancário) da 5ª CIPM.
No hospital Valdonez bastante amarelo por causa da quantidade de sangue que havia perdido, nos contou que estava em casa tranqüilo, tinha acabado de fazer o almoço, quando sua esposa chegou da rua nervosa xingando, dizendo que ele tinha amantes, pegando duas facas e partindo pra cima dele, que levou uma primeira perfuração no ombro esquerdo, que segundo ele o alvo era o peito, e quando ele tentou correr recebeu mais dois golpes no ombro e no braço direito. Ao sentir as outras duas furadas, Valdonez disse ter virado e com medo de morrer tentou tomar as duas facas da esposa segurando nos braços dela fazendo com que os ferimentos saíssem mais sangue, momento este que ele disse ter começado a perder as forças e que gritando foi socorrido por dois filhos que estavam no quintal, um de 12 anos, que é filho somente de Pauliana que ele cria como se fosse dele, e um outro menor de 8 anos que aos prantos entraram no meio dos dois. Ao ver as crianças a mulher largou as facas e correu, ficando por perto, e com a chegada da polícia, foi encaminhada para a delegacia enquanto seu marido foi levado para o hospital.
Muito triste com o acontecido, Valdonez contou que essa briga foi o fim da picada, e que os atritos estavam se tornando constantes na vida dos dois, tanto que na semana passada ela havia passado uma faca no rosto dele quase atingindo o olho esquerdo, cujo a marca ainda estava visível.
Versão da Acusada
Pauliana que parecia estar em estado de choque, contava a história chorando que não agüentava mais a situação que estava vivendo ao lado do marido, por causa de ligações constantes que ela dizia receber de uma suposta amante de Valdonez que lhe atormentava a paciência. Perguntada se a mesma sabia o nome dessa outra mulher que lhe importunava ela respondeu que não sabia quem era mais tinha uma informação de que esta também é casada. A acusada informou que também chegavam mensagens, mais estas já teriam sido apagadas e inclusive afirmou que esta suposta amante tinha ligado pela manhã duas vezes.
Perguntamos a Pauliana se ela poderia mostrar o número e ela disse que tinha apagado na agonia.
A vítima, ao receber alta do hospital, foi encaminhado para a Delegacia da mulher situada na Rua Maranhão, juntamente com a acusada, onde lá, resolveram se separar de vez, onde combinaram que Valdonez iria na frente para casa, somente buscas seus pertences, e Pauliana ficará morando na residência com as crianças. A acusada responderá a um T.C.O. (Termo Circunstanciado de Ocorrência), por lesão corporal grave.
O curioso nestes casos de brigas familiares é que não existe uma lei para punir as mulheres agressoras, já que a Lei Maria da Penha foi criada apenas para proteger o chamado "sexo frágil", que aliás não é tão frágil assim, e no caso do homem agredido, só se ver justiça quando um cai morto ao chão, porque aí sim a mulher corre o risco de ser presa, o que constantemente termina como legítima defesa.