Uma ponte que liga o PA João Vaz ao PA Sabino São Pedro, na Vicinal do Geladinho, no Bairro São Félix Pioneiro, foi tomada pelo fogo na madrugada do último domingo (25).
É que, revoltados com a situação, alguns populares resolveram incendiar o tabuleiro da ponte, que há muito já estava quebrada e recebendo remendos feitos dos próprios moradores.
O pior é que o problema não para por aí. Com a intrafegabilidade da ponte, exatos 242 alunos da Escola “Joel Pereira Cunha”, que estudam da Educação Infantil até o 9º ano do Ensino Fundamental, tiveram suas aulas interrompidas desde a semana passada.
Por conta disso, o ano letivo desses estudantes está sendo prejudicado. A ponte fica a 3 quilômetros e 100 metros da escola e a 6 quilômetros e meio da entrada do Bairro São Félix Pioneiro.
A coordenadora pedagógica da escola, Márcia Lopes de Brito, informou que o motorista do ônibus escolar, mesmo com a ponte repleta de remendos, até alguns dias atrás, transportava os alunos.
“Quando chegava à cabeceira da ponte, as crianças desciam e atravessavam a pé, em seguida o motorista passava com o ônibus. Ele ficava com medo de a ponte despencar. Mesmo assim se tornava perigoso por ter crianças pequenas, inclusive de até 4 anos”, explicou Márcia Lopes.
Ele ressaltou que tanto a Secretaria Municipal de Educação (Semed) quanto a de Obras estão cientes da situação. “Desde quando surgiu esse problema enviamos ofícios, mas não recebemos resposta”, assinalou, complementando que agora, as aulas estão paradas e a direção da escola ainda não sabe como ficará a situação do restante do ano letivo.
PREJUDICADOS
O agricultor Leônidas Alves de Araújo, 70 anos, morador há 22 da Vicinal Geladinho disse ao CORREIO DO TOCANTINS que considera isso um descaso do poder público. “Já estava quase intrafegável e agora piorou. Inclusive, as professoras pararam as aulas porque o motorista do ônibus não quis mais passar. A gente não sabe quem colocou fogo na ponte, isto é um ato de vandalismo, acredito que foram os próprios moradores revoltados”, revelou ele.
Para Leônidas, a população ficou toda prejudicada, principalmente as crianças que estudam na escola e agora correm o risco de não terminaram mais o ano. A ponte tem cerca de 50 metros de extensão.
Com a ponte quebrada, os carros de pequeno e grande porte fazem um desvio equivalente a 50 quilômetros, passando pelo Bairro de Morada Nova e por Murumuru. “O constrangimento está grande demais. Está todo mundo prejudicado, as crianças mais ainda”, reforça o agricultor.
A também moradora da Vicinal do Geladinho Márcia Brilhante Brito, 32 anos, agente comunitária de saúde, afirmou que está difícil de trabalhar com a ponte quebrada. “Antes dava para nós passarmos, agora está difícil trabalharmos, arriscando a vida a qualquer momento, caso quebre alguma tábua. O prefeito não quer saber de nada, quase não sai o nosso pagamento, imagine arrumar uma ponte”, observou ela.
OBRAS
O Jornal entrou em contato com a secretária municipal de Obras, a advogada Débora Alves de Andrade Pontes. Por telefone, ela informou que assumiu a pasta há apenas quatro dias e agora é que está tomando pé da situação. Entretanto, prometeu conversar com os responsáveis pelo setor responsável. Além de lamentar a situação, Débora prometeu não medirá esforços para fazer o que puder a fim de resolver a situação. A secretária ficou ainda de verificar se existe alguma licitação para a obra da ponte.
Emilly Coelho/ CT On Line