Operação Conjunta Faz um Limpa nas Celas da Cadeia Pública de Tocantinópolis

Data do post: 12/12/2012 14:42:50 - Visualizações: (2469)

A operação denominada "Pente Fino", foi realizada nesta ultima terça-feira (11), e nela foram encontradas várias armas artesanais feitas pelos presos.

      Com a participação dos delegados Dr. Tiago Daniel de Morais, Dr.  Rommel Rubens Costa Rabelo, e contando com o  apoio da PABAN (Policiamento Bancário), além de todos os agentes da cadeia pública de Tocantinópolis, sobre a responsabilidade do responsável pela unidade Vinicius Lima Silva, foi deflagrada a operação de fim de ano chamada de "Pente Fino", que buscou dar um limpa geral nas cinco celas da cadeia que hoje abriga 44 presos.

            Na operação os agentes e policiais encontraram cerca de 12 objetos perfurantes e cortantes mais conhecidos como "chunchos", (instrumento de fabricação caseira, comumente utilizado como armas por detentos), além de retirar das celas muitos colchões em excesso que estavam servindo apenas de camuflagem para os detentos esconderem suas as armas, nenhum celular foi encontrado.

            A cadeia pública de Tocantinópolis está a cada dia que passa se transformando em um verdadeiro barril de pólvora pronto para explodir, pois a mesma se encontra uma situação degradante que só piora a situação de quem está lá preso para se reabilitar de algum crime cometido.

          Mesmo estando com a estrutura predial bastantes danificada, foram feitas várias melhorias no intuito de atenuar a situação e amenizar o convívio entre os detentos locais.

            Como a temperatura dentro do prédio é altíssima por causa da altura do teto, o responsável pela cadeia aproveitou um freezer que foi apreendido por suspeita de ser roubado, e adaptou o mesmo em uma anti-sala antes das celas para que assim os detentos que ficam na primeira carceragem, possam receber água gelada e repassá-la para os demais detentos das outras quatro celas que ficam praticamente juntas.

            Outra obra significativa feita no local foi a construção de uma sala anexa para que os detentos que estão no semi-aberto e alguns que estão detidos por pensão possam pernoitar. Segundo Vinicius, essa sala evita que os detentos do semi-aberto que passam o dia livre mais tem que dormir na cadeia a noite, possam ficar longe dos demais detentos encarcerados, para que não tragam informações ou drogas e outros objetos para dentro da cadeia. Vinicius nos explicou ainda que esta sala só foi construída graças a grande ajuda do judiciário de Tocantinópolis que disponibilizou boa parte do dinheiro gasto na obra, além de ceder madeiras ilegais e materiais apreendidos para essa construção.

            Uma pequena área também foi levantada na parte do fundo de uma outra sala que funciona como cozinha. Hoje, dois detentos que estão presos por causa de pensão alimentícia ajudam nos afazeres, como lavar pratos e entregar a comida aos demais.

            Além deste prédio, faz parte da cadeia pública de Tocantinópolis, as detentas que ficam presas na cidade de Palmeiras do Tocantins, que hoje somam 16, divididas em apenas 02 celas, ou seja, são oito presas em cada uma.

            PROBLEMAS

            Como já foi publicado antes, o prédio da cadeia pública de Tocantinópolis que também serve como delegacia, está literalmente caindo aos pedaços. Quando chove, molha tudo, não há uma sala se quer que não tenha goteiras. A água também escorre na parede onde estão instalados os ar-condicionados, o que futuramente poderá acarretar na queima dos aparelhos. (vejam uma das goteiras na sala de entrada da delegacia no vídeo abaixo).

             SOLUÇÃO?

            Publicamos aqui no site, no ultimo dia 21 de novembro, a noticia de que o processo de licitação para reforma e ampliação deste prédio havia sido publicado no Diário Oficial do Estado do Tocantins de número 3.757 do dia 20 de novembro de 2012, porém fomos informados que nenhuma empresa foi até o local, aqui mesmo em Tocantinópolis, para avaliar uma possível participação nesta licitação.

            Se não aparecer uma solução prática para este prédio, a situação dentro da cadeia ficará insustentável, pois com a quantidade de presos hoje distribuídos dentro das celas, está difícil para se evitar atritos entre os próprios detentos. Para se ter uma idéia da complicação que o responsável pela cadeia tem para remanejar os detentos e evitar o encontro deles dentro do pequeno prédio, citaremos alguns casos como o de Iraziel Gomes Sobral, e Amarildo Borges Maciel. O primeiro está preso, acusado de ter assassinado em Janeiro de 2011, José Diomar Pereira de Sousa mais conhecido como "Nêguinho da Beira Rio), crime de bastante repercussão na cidade de Tocantinópolis. Já Amarildo é o responsável pela morte de Terezinha de Jesus Gomes do Nascimento, fato ocorrido em Maio deste ano. A vítima, Terezinha, é irmã de Iraziel e os dois estão presos dentro da mesma cadeia, separados apenas por celas, e Iraziel está doido para por as mãos em Amarildo para se vingar, mas, também não pode se misturar com outros dois detentos, conhecidos por "Ratinho e Cocão", que pegaram Sobral na madrugada do ultimo dia 20 de Outubro e lhe aplicaram vários golpes de "chuncho". Agora, Gomes não pode ficar na mesma cela que Ratinho, Cocão e Amarildo.

            Quem também se encontra em situação mais que complicada é James de Oliveira Sousa que é acusado de ter estuprado a própria filha de apenas 08 anos de idade. James passou 96 dias foragido depois que cometeu a barbárie, mas, se dizendo arrependido entregou-se para o Delegado Tiago Daniel no ultimo dia 18 de Novembro na cidade de Campestre-MA., onde estava escondido.

            James é o troféu que quase todos os presos querem em sua cela, pois, mesmos entre eles que cometem crimes de todas as tipificações, o de estupro não é perdoado, e neste caso vale a máxima "aqui se faz aqui se paga", e por isso, Oliveira fica em uma cela separada dos demais presos, onde estão detidos alguns senhores já de idade e os presos de bom comportamento.