Depois de muito tempo sem mexer em suas projeções para o aumento de combustíveis no País, o Banco Central revelou nesta quinta-feira (24), que os preços da gasolina deverão subir "em torno" de 5% em 2013.
Além disso, a autoridade monetária conta com um recuo de "aproximadamente" 11% na tarifa residencial de eletricidade. Os prognósticos foram apresentados na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada, que foi divulgada há pouco pela autoridade monetária. Sobre a menor tarifa de energia, os diretores do BC salientam que a estimativa leva em conta os impactos diretos das reduções de encargos setoriais já anunciados e as revisões tarifárias programadas para este ano. No caso de tarifa de telefonia fixa e do preço do gás, a autoridade monetária conta com uma estabilidade dos preços em 2013.
Levando-se em conta todas as novas expectativas para o comportamento dos preços, o BC revisou para cima a sua projeção da alta dos preços administrados e monitorados este ano, que passa a ser de 3%, no lugar de 2,4% previsto até a reunião do Copom de novembro. Para 2014, a previsão de elevação de preços para este grupo foi mantida em 4,5%.
Inflação
O Copom avaliou que o balanço de riscos para a inflação apresentou piora no curto prazo. Nesse mesmo trecho, o colegiado do Banco Central enfatizou também que a recuperação da atividade doméstica foi menos intensa do que o esperado, "bem como que certa complexidade ainda envolve o ambiente internacional". A informação está no parágrafo 31.
A projeção para a inflação oficial em 2013, medida pelo Índice de Preços ao Consumido Amplo (IPCA), subiu e segue acima do centro da meta de 4,5% tanto no cenário de referência quanto no de mercado traçados pelo Banco Central.
De acordo com o documento, o cenário de referência leva em conta as hipóteses de manutenção da taxa de câmbio em R$ 2,05 e da taxa Selic em 7,25% ao ano "em todo o horizonte relevante". "Nesse cenário, a projeção para a inflação de 2013 aumentou em relação ao valor considerado na reunião do Copom de novembro e se posiciona acima do valor central de 4,5% para a meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)", descreveram os diretores do BC.
No cenário de mercado, que leva em conta as trajetórias de câmbio e de juros coletadas pelo Banco Central com analistas de mercado às vésperas da reunião do Copom, a projeção de inflação para 2013 também aumentou e se encontra acima do valor central da meta para a inflação. Para 2014, ainda conforme o documento, em ambos os cenários, a projeção de inflação está ligeiramente acima do valor central da meta.
Selic
A ata da reunião da semana passada repetiu o teor do comunicado que se seguiu à decisão de manutenção da taxa básica de juros. A votação pela manutenção da Selic em 7,25% ao ano foi unânime.
"O Copom entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta."
Estadão