Por Dynisson Sanches
Nem se pode saber mesmo qual é a hora da despedida: “Não tem despedida, o que se têm é o medo”. É só relaxar um pouco com a sensação de pacatismo que se é surpreendido – com a MORTE – seja de onde for. Resultado da agressão de interiores agressivos, de mentes perigosas.
Talvez não completou um ano que se foi a professora Andressa (que também foi funcionária do IBGE de Tocantinópolis, seu último emprego).O autor do crime foi um humano-desumano, doente mental (talvez), psicopata (só pode), ou do coração de ferro (considerando que nossa sensibilidade venha do coração), pessoa fria ou psicoadaptado a matar. Este indivíduo a tirou dos braços de seus sonhos e do afago de sua família. Desligou a jovem mulher que contribuía com o nosso país pelo simples fato de existir sendo uma pessoa ética.
Desde o fato da morte da professora Andressa, atentei-me a observar como se esvaíram outras vidas, tão frágeis para chegarem ao fim, tão finas como um fio de cabelo. E sabe qual é a explicação? Simplesmente não sei. O professor da UFT do curso de Ciências Sociais - Licenciatura, Antropólogo, cidadão deste município, ser humano igual á nós. Foi vítima, tão vulnerável igual á todos. O Educador Cleides Antônio Amorin, já planejava o seu doutorado, tinha sonhos... Ambição de vida, quem não tem?
Era um sonho dentre muitos, mas que uma arma branca (faca) nas mãos de um delinqüente, com a ira, com a loucura, com o ódio, com o descontrole, com a selvageria, com o preconceito, com a intolerância, com a covardia se pôde fazer arrancar de seu peito às expectativas, os planos de um amanhã ainda melhor.
Não houve razão, havia mãos e intenção. Sem poder se despedir do professor Cleides e da professora Andressa, não contemos nossas lágrimas que inundam nossas almas, causando enchentes como estas que devastam as cidades de Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso. Foram vazios de sentimentos, mas com tijolos nas mãos, faca pistola, não interessa quando se tem pressa de uma vida retirar. Com certeza sem fuzil se foi o neguinho da beira-rio. Aonde estará o AMOR? A falta dele (no coração do bicho homem que detinha nas mãos o poder de matar) levou o nosso professor para bem longe, onde só permanece agora o mistério e a saudade.
Se foi um mais ser humano, pelas injustiças dos maus pensamentos, hediondas idéias e terríveis intenções... Mãos “limpas”, aparelhadas ou não fazem parar de bater muitos corações. Findar a vida na velhice é coisa incerta. Muitas pessoas se foram, mais pessoas se vão, como muitas se irão pelas mãos dos criminosos.
Com lágrimas silenciosas, com dor arrasadora que corta por dentro mais do que os punhais dos assassinos. O nosso caminho nós vamos seguindo, implorando para viver: “Ó revoltosos não nos matem. O sol é lindo, a chuva é boa, os amigos são importantes, os sonhos precisam de mais um fôlego para colorir esse mundo”.
Vidas Ceifadas...
INJUSTIÇAS não aplaudam. Vaiem!
Dynisson Sanches, é estudante do curso de Ciências Sociais da UFT em Tocantinópolis-To