Invasores e "apoiadores da ação" decidiram concentrar a ocupação no prédio do Incra, também em São Paulo. Direção do instituto fez inspeção no local e nada foi danificado.
Durou 32 horas a ocupação de sem-terra e estudantes no prédio do Instituto Lula, no Ipiranga, zona sul de São Paulo. Após reuniões entre os assentados e "apoiadores da ação", os invasores decidiram deixar o instituto e manter a ocupação concentrada na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na capital paulista. Está marcada para as 17 horas desta quinta-feira uma reunião entre os sem-terra e o presidente nacional do Incra, Carlos Guedes.
Os invasores chamaram a direção do Instituto Lula para fazer uma inspeção nas dependências. Segundo o diretor da entidade Luiz Dulci, "todos os cômodos estão limpos e em ordem". O segundo andar do prédio, onde fica o escritório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está "intacto".
Na saída, os invasores homenagearam a funcionária do instituto Nina Santos, que é neta do geógrafo Milton Santos, que dá nome ao assentamento na região de Americana, onde 68 famílias vivem a expectativa de sofrer uma reintegração de posse nos próximos dias. "A gente é pequeno, mas é muito corajoso. A nossa situação é desesperadora", disse Paulo Albuquerque, um dos coordenadores da ação.
Albuquerque espera que as negociações desta tarde sejam "satisfatórias" para os assentados e, na sua opinião, a única solução possível é a assinatura do decreto, pela presidente Dilma Rousseff, desapropriando a área por interesse social. O grupo ressaltou que, caso as negociações não avancem, poderão procurar a presidente Dilma, que terá uma ampla agenda de compromissos na capital paulista na sexta-feira (25).
"Se a gente não estiver satisfeito, a gente vai encontrar a presidente Dilma em São Paulo. A gente vai até ela", disse Albuquerque. Além de manter a ocupação no Incra, os sem-terra anunciaram que as três pessoas que estão em greve de fome e acorrentadas na frente do prédio da Presidência da República, em São Paulo, continuam no local.
No início da tarde, o grupo de cerca de 80 pessoas - a maior parte de estudantes - deixou o prédio do instituto aos gritos de "assina Dilma" e "Milton Santos: resistência e luta".
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