Ele dividia apartamento com 14 rapazes com idade entre 15 e 17 anos.
Um homem de 45 anos é suspeito de recrutar adolescentes de vários estados com a promessa de transformá-los em jogadores de futebol profissional, mas a investigação feita pelo Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAVG) c onfirmou a denúncia anônima de que o suposto olheiro dopava e abusava sexualmente das vítimas. Ele foi preso na tarde de segunda-feira (4) no apartamento que morava com os meninos na Rua Itaporanga em Aracaju, em Sergipe.
De acordo com a delegada Mariana Diniz, o suspeito iludia as famílias das vítimas dizendo que os meninos iriam treinar e fazer testes em clubes de futebol, mas muitos deles sequer tocaram na bola enquanto estiveram em Aracaju. As famílias chegavam a pagar entre R$ 100 e R$ 450 para custear a moradia e alimentação.
“O suspeito negou que abusava dos meninos e disse que trabalhava como olheiro do time do Confiança há dez anos, mas o clube negou que ele é um funcionário da casa. Em dez anos de ‘trabalho’ ele disse que só conseguiu encaminhar um rapaz para um time conhecido, isso é no mínimo estranho depois de tanto tempo”, explica a delegada. A investigação começou em dezembro do ano passado após uma denúncia anônima.
Mariana Diniz acredita que ainda possa haver outras vítimas além dos 14 adolescentes com idade entre 15 e 17 anos. “Quem tiver mais informações sobre o caso pode denunciar através do telefone 181. A dificuldade que a gente para identificar as vítimas é porque elas são de vários estados como São Paulo, Santa Catarina e Bahia”, afirma.
O suposto olheiro está preso em uma delegacia da capital. Ele deve responder pelos crimes de tráfico interno de pessoas para fins de exploração sexual, exploração sexual e estelionato. Foram apreendidos no apartamento dezenas de medicamentos sedativos, blocos de receitas médicas, carimbo, documentos, uma maleta e até ampolas de injeção.
Segundo a delegada, o uso desses medicamentos vai ser investigado. “Alguns meninos disseram que o suposto olheiro negociava remédios e que chegava a vender atestados médicos por R$ 25 para cinco dias de afastamento”, relata.
G1