O número de mortos no incêndio em uma boate em Santa Maria, no interior de Rio Grande do Sul, subiu para 238 nesta terça-feira, informou a Secretaria de Saúde do Estado.
A secretaria confirmou a morte de um jovem de 20 anos, que não teve o nome revelado a pedido da família e estava internado na Santa Casa em Porto Alegre. De acordo com o órgão, ele morreu "em decorrência dos ferimentos sofridos" no incêndio.
A tragédia na boate Kiss, uma das mais famosas de Santa Maria, começou, segundo a polícia, quando faíscas de um artefato pirotécnico acionado por um integrante da banda Gurizada Fandangueira, que tocava no local, entrou em contato com o revestimento acústico que estava no teto da casa.
Além das chamas, a fumaça liberada pela queima do material liberou um gás tóxico que provocou a maioria das mortes por asfixia.
Com a morte do jovem de 20 anos nesta terça-feira, já são quatro as vítimas do incêndio que morreram após serem resgatadas do local e internadas em hospitais, segundo a secretaria.
No sábado, chegou ao país uma doação do governo dos Estados Unidos com 140 kits do medicamento hidroxicobalamina, usado para tratamento da inalação do gás cianídrico, altamente tóxico e que foi liberado pela queima do revestimento acústico da boate.
Segundo autoridades médicas, mesmo aqueles que saíram ilesos da boate, mas inalaram a fumaça tóxica, podem apresentar problemas até uma semana depois do ocorrido.
O desastre em Santa Maria aconteceu na madrugada de domingo, 27 de janeiro, e foi o segundo maior provocado por um incêndio no país, atrás apenas do que atingiu um circo em Niterói (RJ), em 1961, que matou mais de 500 pessoas.
Ainda de acordo com a Secretaria de Saúde gaúcha, 81 pessoas ainda estão internadas em decorrência da tragédia, 23 respirando com ajuda de aparelhos.
Eduardo Simões/Reuters