Produto foi suspenso pela Secretaria de Saúde de Anápolis, GO, a menina com paralisia cerebral está bebendo só metade do que foi receitado.
Há cerca de dois meses, sentimentos de agonia e desespero tomam conta da casa da servidora pública Andréia Gabriel Alves, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. O sofrimento é porque a filha mais velha, Julia Gabriele, tem paralisia cerebral e necessita de cuidados especiais, entre eles um leite especial, que foi suspenso pela Secretaria Municipal de Saúde. A criança tem 8 anos e pesa apenas 10 quilos.
Para comprar o leite de apenas uma única marca, a mãe precisa então desembolsar R$ 40 reais por lata, sendo que a menina precisa consumir 12 latas de leite por mês. O pior, diz a mãe, é que cada uma delas dura apenas três dias.
Como a filha é alimentada somente por uma sonda e tem grande facilidade para perder peso, uma nutricionista receitou o leite especial. O indicado, segundo Andréia, é que ela ingerisse cinco colheres do produto dez vezes ao dia, mas, por causa da dificuldade em conseguir o produto, ela está tomando apenas a metade do que foi receitado. De acordo com a mãe, o leite é dado à filha sempre intercalado com outras refeições.
“É um descaso. Minha filha depende totalmente de mim, ela não anda, não senta, é acamada. Toda a rotina dela no dia é feita com a ingestão do leite, mas como ela não está tomando, vai emagrecendo cada vez mais”, desabafa Andréia, que tem outros dois filhos, uma menina de 4 anos e um menino de apenas 10 meses.
Desesperada e sem condições financeiras para custear o tratamento, Andréia diz que não sabe o que fazer e pede ajuda às pessoas que se solidarizarem com o caso. Ela lembra que também precisa cuidar dos outros dois filhos e o salário que ganha, cerca de R$ 721, está ficando todo na compra dos leites.
“Eu nem sei como vou fazer com as contas. Na verdade, o dinheiro do meu marido nos ajuda nisso. Mas só de leite gastamos cerca de R$ 500, fora os medicamentos, fraldas descartáveis antialérgicas e a sonda dela, que de 8 em 8 meses precisa ser trocada por uma no valor de mil reais. Eu tenho meus outros filhos e preciso cuidar deles também”, relata.
Em nota, a Secretaria de Saúde de Anápolis informou que, neste momento, não está contemplado o fornecimento de leites especiais e que o único meio de fornecer o suplemento é através de uma licitação "que pode levar algum tempo".
G1