A Bunge Brasil anunciou nesta quinta-feira (23), que vai investir R$ 1 bilhão no setor agrícola brasileiro, em especial no plantio de palma, conhecida como dendê. A divulgação foi feita após encontro do presidente da empresa, Pedro Parente, com a presidente da República, Dilma Rousseff, em Brasília.
Segundo Parente, a empresa – cuja sede é nos Estados Unidos – pretende investir o montante em setores ainda não explorados, como a palma, fruto que dá em cachos e de onde se extrai o azeite de dendê, por exemplo.
“Tivemos autorização do nosso conselho internacional para realizar investimentos adicionais de R$ 1 bilhão em outros setores. Estamos considerando inclusive a possibilidade de fazer investimentos na área de palma, ou dendê”, disse Parente.
A empresa está no Brasil desde 1905 e hoje atua na plantação de soja, milho, cana de açúcar, fertilizantes e alimentos de consumo direto. Além da palma, o valor de R$ 1 bilhão deverá ser investido em outros setores ainda não definidos pela empresa.
Pedro Parente não especificou o prazo em que o montante de R$ 1 bilhão será gasto. “Pode ser imediatamente, pode ser em um ano. O fato é que está autorizado o dispêndio”.
A palma pode ser utilizada para fazer “gorduras mais saudáveis”, explicou Parente. “Um dos óleos que tem o maior aumento de consumo nos últimos anos é o óleo de palma.”
O Brasil, disse o empresário, importa o óleo de palma, o que justifica maior investimento. “Teria um alto interesse estratégico para o país porque deixaria de importar um óleo que se produz pouco.”
A palma também pode servir para produção de biocombustível e para a indústria de cosméticos.
Cana de açúcar
Pedro Parente disse que a audiência com a presidente Dilma Rousseff serviu também para prestar informações sobre o andamento de um investimento de US$ 2,5 bilhões (R$ 4,27 bilhões) em quatro anos anunciado em agosto de 2011 pelo presidente mundial da Bunge.
Segundo o empresário, US$ 400 milhões (R$ 684,6 milhões) foram gastos somente neste ano – sendo que metade foi destinada para a expansão da usina de Moema (SP) e a outra metade em plantio de cana de açúcar nos estados de Tocantins, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
A presidente Dilma Rousseff teria demonstrado “preocupação” com a capacidade de produção de cana do país.
“A renovação dos canaviais é muito importante, porque é um tema que a presidenta demonstrou uma preocupação grande para que a gente pudesse recuperar a capacidade de produção de cana de açúcar do nosso país”, afirmou Parente.
G1