O programa teoricamente teria o objetivo de entregar títulos de terras a cerca de 150 mil posseiros que ocupam terras públicas federais não destinadas, ou seja, que não sejam reservas indígenas, florestas públicas, unidades de conservação, áreas de fronteira, marinha ou reservadas à administração militar.
Nesta tarde, 28, o deputado federal César Halum (PSD/TO), disse da tribuna da Câmara dos Deputados que existe uma grande ineficiência do referido programa, em especial no Estado do Tocantins. Segundo o parlamentar, das 150 mil titulações prometidas em toda a Região Amazônica, somente 600 foram oficializadas. No Tocantins, 15 mil produtores aguardam os títulos, alguns com 20 e até 30 anos de espera, e entregaram até agora apenas 28.
“Agora os produtores estão na mão. A pessoa tem a terra, mas não tem acesso ao crédito e a nenhum projeto de assistência técnica, porque o cidadão sem o título não tem nada. Nós precisamos resolver isso. Para desenvolver aquela região, é preciso passar pela regularização fundiária. Se o Terra Legal não dá conta de resolver, e acho que o Governo precisa enxergar isso, então que devolvam essas funções ao INCRA e deem estrutura para o órgão titular ou que se faça convênios com os institutos de terra dos Estados para que, na parceria os Estados, possam também ajudar nessa regularização fundiária. Mas o que não podemos mais é ter tanta gente neste País produzindo sem ter o documento de sua terra.”, disse Halum em seu discurso.
Produtores na ilegalidade
Com a proximidade das novas discussões sobre o Novo Código Florestal, César Halum mencionou em seu pronunciamento, que com a aprovação das novas Leis Ambientais grande parte dos produtores ficará na ilegalidade, caso não tenham as escrituras de suas terras.
“Com esse novo código florestal que vamos aprovar aqui nesta Casa, todos sem títulos vão ficar na ilegalidade, porque como é que vou fazer a reserva legal e a regularização ambiental da minha propriedade se nem sequer tenho o título dela? Portanto, fica aqui o apelo ao Governo Federal: não me interessa o nome que vai dar ao programa, se Terra Legal, INCRA ou quem quer que seja, mas essa situação não pode perdurar mais. Os produtores deste País precisam do título de suas terras. Se uma família tem a posse de uma terra há 30 anos, não é possível que nesse tempo o Governo não dê conta de emitir um título”, concluiu César Halum.
Ascom/Dep. César Halum