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Colossus faz Proposta Indecente aos Garimpeiros na Reunião do MME

Data do post: 03/03/2012 13:05:26 - Visualizações: (1907)

O presidente da Coomigasp, Gesse Simão, e o secretário de Geologia e Transformação Mineral, Claudio Scliar, recusaram, prontamente, a descabida e indecente proposta oferecida pela Colossus, em pagar os 25% que pertencem aos 38 mil garimpeiros em cima de apenas 51 toneladas de ouro, dados pesquisados há três anos atrás, apresentados no Plano de Aproveitamento Econômico. “Nós temos é dez vezes mais do que isso”, reagiu Gesse.

            A reunião iniciou às 14 horas, no quarto andar do Ministério de Minas e Energia, sob o comando do secretário de Geologia e Transformação Mineral, Claudio Scliar, cumprindo a determinação do ministro Edison Lobão, que atendeu aos pedidos da Agasp Brasil. A Agasp Brasil, entidade nacional dos garimpeiros de Serra Pelada, exige uma data certa para o inicio da produção da mina em 2012; caso não consiga concluir a implantação este ano, que a Colossus então pague uma antecipação social aos sócios da cooperativa no montante de 25% dos 900 milhões de dólares captados nos últimos cinco anos na Bolsa de Valores de Toronto. É necessário que a Colossus deixe de esconder dos garimpeiros o real tamanho do depósito mineral da mina de Serra Pelada e que, finalmente, seja instituída pelo próprio Ministério de Minas e Energia uma Comissão de Fiscalização e Controle da Mina, tendo em vista que só a Colossus tem acesso 24 horas a tudo.

          O diretor executivo e de operações Paulo de Tarso Serpa Fagundes se apresentou ao lado do advogado Daniel Vilas Boas e colocou à disposição de Claudio Scliar uma maçaroca de papéis que não tem nada a ver com aquilo que seria o assunto mais importante da pauta, ou seja, os dados que apontam o tamanho presumido do depósito mineral pesquisado até agora. Os papéis, segundo o próprio Paulo, era a demonstração de que estavam cumprindo o TAC (Termo de Acordo e Compromisso), documento condicionante para a validade da portaria de lavra e que serve ainda para defender os direitos da Coomigasp dentro da parceria .

           CADÊ A RESERVA MINERAL?

        Direto ao ponto, tanto Gesse como o secretario Scliar cobraram da Colossus a apresentação da reserva mineral antes de fazer qualquer proposta de compra da parte que cabe aos garimpeiros. Será comprada em cima de quê? Uma nova reunião será convocada nos próximos 30 dias para que isso seja definido. Ainda que a Colossus apresente 300 ou mesmo 500 toneladas de ouro na área dos100 hectares, os garimpeiros não acreditarão mais. Pelos menos esse é o atual clima de desconfiança que obrigará o próprio governo a desconfiar também. Tudo que for apresentado pela Colossus será preciso ser analisado e investigado novamente. Esse é o entendimento do Ministério de Minas e Energia e do próprio presidente da Coomigasp, Gesse Simão de Melo. Os garimpeiros se recusam a fazer qualquer negócio sobre a jazida de Serra Pelada sem antes saber através de uma minuciosa auditagem geológica se o que os gringos estão apresentando é de fato o tamanho real da mina.

            DINHEIRO PARA OS GARIMPEIROS

         O assunto sobre o pagamento de uma antecipação social aos 38 mil garimpeiros da cooperativa ficou para ser mais aprofundado na próxima reunião entre governo, Colossus e Coomigasp. Paulo de Tarso não deu nenhuma garantia de que a mina entrará em produção ainda este ano. Ficou a meio termo. Ele chegou a confirmar aquilo que a Agasp já desconfiava, ou seja, que essa previsão da empresa estava empurrando para 2013. O diretor Paulo de Tarso disse que irá consultar os seus técnicos que trabalham na construção da mina se é possível concluir tudo ainda este ano. Deixou dúvidas. Gesse Simão incorporou a mesma proposta defendida desde o ano passado pela Agasp, de que a Colossus, se não colocar a mina para funcionar conforme foi prometido, ela terá que desembolsar dinheiro para uma antecipação aos garimpeiros. E não é pouco dinheiro dado ao grande número de sócios que tem a Coomigasp. Gesse disse ainda que está é do lado dos garimpeiros e não poderá ficar do lado de uma empresa que esconde, até hoje, o verdadeiro tamanho do depósito mineral de Serra Pelada. "Não era preciso nada disso se tudo fosse transparente", afirmou o presidente da Coomigasp. Ele espera que Paulo de Tarso melhore a sua relação com o povo garimpeiro, principal condicionante para que a parceria com a Coomigasp sobreviva. Jairo Leite, que também participou da reunião, afirmou que a Colossus não pode colocar a confiança conquistada no inicio do projeto de desenvolvimento de Serra Pelada na lata do lixo. "Se eles quiserem continuar bem, terão que respeitar os compromissos da parceria", afirmou Jairo.

           QUEM QUER IMPLANTAR MINA NÃO DEMITE

         Desde maio do ano passado, com o inicio da entrada do engenheiro Paulo de Tarso para comandar a implantação da mina de Serra Pelada, que os trabalhos sofrem um o processo de desaceleração total. Até o moinho que custou 1 milhão de reais e que foi motivo de festa na chegada a Serra Pelada encontra-se jogado no canto. Dos mais de 600 funcionários que formigavam no canteiro de obras da mina, mais da metade foi mandada embora. A maioria cortada era de trabalhadores e cidadãos da própria comunidade de Serra Pelada. A Associação das Mulheres de Serra Pelada, que antes tomava conta da cozinha, foi também dispensada. Foi um duro golpe para as mais de 20 mulheres que trabalhavam satisfeitas e se sentido dignificadas por serem incluídas ao mercado de trabalho.

          A COLOSUS FALIU A FAVORITA

       O novo manda-chuva da empresa optou pela terceirização dos serviços ao contratar o restaurante “Favorita”. O proprietário fez investimentos para atender às exigências feitas pelo novo chefe da SPCDM. O final dessa história foi trágico. O restaurante tido como um dos melhores de Curionópolis quebrou e abriu falência. A Colossus deve ao proprietário R$ 1 milhão e 480 mil reais e mandou no inicio de janeiro passado que ele procurasse os seus direitos na justiça. Sem dinheiro, o dono do restaurante está vendendo a própria casa e outros imóveis para pagar as suas dividas.

         CALOTE NA PRAÇA

       Mais quem vai ao cartório do único oficio da comarca de Curionópolis pode se deparar com uma penca de títulos protestados da Colossus. São dívidas feitas e não pagas. A grande maioria é de prestadores de serviços que atuam no município. A Associação Comercial e a Câmara de Vereadores de Curionópolis estão preocupadas com a situação e não concordam com o calote que a empresa canadense vem dando na praça, vez que Curionópolis é um município que sobrevive da mineração.

         VEREADORES COM LOBÃO

       Na sessão de ontem da Câmara Municipal de Curionópolis, os vereadores decidiram apresentar uma moção de repúdio contra Paulo de Tarso e decidiram ainda criar uma comissão que virá a Brasília na próxima semana para uma audiência com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Vêm a Brasília para reclamar dos malfeitos de uma empresa que não respeita a comunidade e que acha que a mina de Serra Pelada encontra-se geograficamente no território canadense.

          EM TEMPO

        Se a Colossus continuar dessa forma, os garimpeiros de Serra Pelada podem rever se faz ou não um contrato sobre a área dos700 hectaresque será repassada integralmente para os garimpeiros pelo Ministério de Minas e Energia.

          MODIFICA-SE OU PEDE PRA SAIR , PAULO!

        Para Toni Duarte, presidente da Agasp Brasil, o diretor executivo da SPCDM, Paulo de Tarso, continua a tratar os garimpeiros de Serra Pelada como se fossem nada, dentro de um projeto que ajudaram a construir nestes últimos cinco anos, que separam o contrato de parceria ao inicio da implantação de uma mina. Chega ao ponto de subestimar até mesmo o próprio governo quando esconde dados que deveriam ser transparentes como os que revelam o real tamanho do depósito mineral pesquisado na área dos100 hectaresda Coomigasp. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que luta e defende há mais de 30 anos os garimpeiros de Serra Pelada, já demonstrou indignação contra o grupo canadense e determinou que o secretário de Geologia e Transformação Mineral, Claudio Scliar, passe, daqui por diante, a acompanhar a parceria Coomigasp e Colossus mais de perto, no sentido de que os garimpeiros tenham as informações corretas sobre o empreendimento.

         É sabido que a diretoria internacional da Colossus anda preocupada com a administração feita por Paulo de Tarso, num momento em que a empresa deseja se expandir em todo o Distrito Mineiro de Serra Pelada. Além da Coomigasp, a Colossus fechou recentemente contrato de parceria com a Coomic, através de sua subsidiaria Grifo Geologia, e conversa ainda para formar parcerias com mais seis cooperativas da região. Paulo de Tarso Serpa Fagundes parece disposto a acabar com a empresa em que serve, caso continue achando que garimpeiro não é nada. Esquece que os garimpeiros sócios da Coomigasp são também sócios de todas as outras cooperativas. E não são apenas os garimpeiros de Serra Pelada que já começam a ficar nervosos e raivosos com tudo isso. O mesmo nervosismo misturado com ira também já afeta as ricas velhinhas e as viúvas de Toronto que investiram com grana em um projeto que pode desabar. A culpa, a máxima culpa de quem é? Nem precisa de resposta...

Agasp Brasil

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