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Moradores de Filadélfia Vão ao MPE, Denunciar Descaso do Ceste

Data do post: 10/03/2012 20:43:28 - Visualizações: (1026)

A construção da barragem da UHE de Estreito e o não cumprimento de ações por parte do Ceste estariam causando prejuízos aos moradores de Filadélfia.

          A informação é da publicitária Graciá Borges, que informou que por causa da situação três representações já foram protocoladas no MPE e uma no MPF solicitando que os órgãos intervenham. De acordo com o representante dos moradores atingidos, Ronivaldo Aires, além de água parada, as pessoas tem convivido com o mau cheiro e proliferação de insetos. 

         Moradores de Filadélfia reclamam que os danos causados pelo descumprimento do Projeto Básico Ambiental-PBA na construção da barragem da Usina Hidrelétrica de Estreito- UHE são inúmeros e que o Consórcio Estreito de Energia-Ceste, responsável pela obra, não apresentou explicação e nem providências para solucionar os problemas.

            De acordo com a publicitária Graciá Maria Reis Vieira Borges, natural do município, sua mãe, Maria Reis, é uma das vítimas dos prejuízos. Conforme contou, em visita a cidade constatou que "os moradores atingidos são vítimas de abandono e descaso por parte do consórcio". Conforme a publicitária, no início de novembro, os lençóis freáticos subiram e em conseqüência muitos danos foram causados. “Entre os problemas apresentados algumas casas ficaram alagadas, fossas estouraram e cisternas transbordaram”, explicou.

           Graciá alegou que os moradores, no dia 17 de novembro, denunciaram a situação a polícia, por meio de registro de ocorrência, e no dia seguinte o Ceste foi notificado a comparecer a Promotoria de Justiça. "Na ocasião, a concessionária prometeu verificar o que estava acontecendo e ficou de nos dar um retorno após 30 dias, mas não houve reunião pública e nenhuma informação por parte do Ceste”, contou.

              ATUAÇÃO DO CESTE NO LOCAL

          A publicitária informou que a equipe do consórcio chegou à cidade através de empresas terceirizadas, e que atualmente funcionários trabalham em uma espécie de vistoria. "Eles entram nas residências, anotam dados, pedem para as pessoas assinarem papéis, e isso tudo sem nenhuma identificação. Falaram que nossas casas são velhas, fazendo pouco caso. Toda vez que alguém aparece lá em casa, minha mãe que já é idosa, passa mal. Ela tem pressão baixa e fica com medo de alguém tirar a casa dela, ou algo assim, isso porque o pessoal da empresa não avisa quando vai, nem porque vai. Eles estão fazendo uma espécie de vistoria, mas ninguém sabe pra que”, informou.

           Segundo Graciá, a população desconhece os procedimentos da empresa que são similares ao processo indenizatório. ”Eles estão agindo como se fossem nos indenizar, mas a sociedade precisa de informações claras, saber como serão feitas as avaliações das nossas casas. Os idosos estão apavorados, se sentem desamparados, perdidos, sem saber a quem recorrer”, afirmou.

              TERMO NO MINISTÉRIO PÚBLICO

          No último dia 1°, Graciá protocolou junto ao Ministério Público Federal-MPF, um Termo de Declaração solicitando que o órgão intervenha a favor da comunidade e paralise as ações do Ceste. “Queremos que seja executado de forma correta, dentro da lei que nos ampara, não da maneira que está. O que falta é informação, os moradores precisam ser informados sobre o que está acontecendo. Tem gente que assina papel sem nem saber o que está assinando e isso causa receio”, explicou.

             OUTRAS AÇÕES

          Graciá apresentou a imprensa três cartas que a Associação dos Atingidos Pela Barragem de Estreito (AABE), apresentou a Promotoria de Justiça de Filadélfia desde janeiro desse ano alegando "a falta de compromisso e respeito com os moradores e, sobretudo com os atingidos". Por meio dos documentos foi solicitado ao Ministério Público Estadual - MPE a limpeza imediata do lago que tem causado prejuízos a população.

           Na primeira ação entregue ao promotor de Justiça Tarso Rizo Oliveira Ribeiro, no dia 30 de janeiro, a Associação apontou 13 obras que estavam no contrato com o município, obrigações e compensações que não foram executadas e entregues, e solicitou que fosse devolvido o valor dos recursos pagos. Na mesma solicitação, a Associação também cobra as indenizações que não teriam sido pagas as famílias atingidas.

              OUTROS PROBLEMAS

          Segundo o representante da Aabe, Ronivaldo Aires Soares, além dos problemas já apontados, o acúmulo de água parada tem sido motivo de preocupação para os moradores. “A dengue tem sido motivo de preocupação porque há muita água parada. O mau cheiro é terrível, os insetos estão por toda parte e conforme apuramos cerca de 300 famílias terão que ser removidas das casas que estão comprometidas”, informou.

           Ainda segundo o representante, cópias das representações feitas no MPE também foram encaminhadas para o Ibama. “Também encaminhamos documentos ao Ibama e queremos soluções. A situação está insustentável”, argumentou.

                   Confira logo abaixo vídeo gravado em novembro no quintal da moradora Maria Reis: 

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