O motivo é o beribéri, doença causada pela carência da vitamina B1 no organismo. Desde 2006, o país vem notificando casos e em 2010 foram registradas três mortes.
A idéia é saber as causas do ressurgimento do beribéri no Brasil, que ficou sem registro da doença pelo menos por 80 anos, e a incidência nesses estados. Profissionais das três regiões serão capacitados para diagnosticar a doença, muitas vezes confundida com outras enfermidades.
“Um guia de consulta está pronto para orientar os profissionais. Não é um diagnóstico fácil, se confunde com um quadro de desnutrição”, disse Helvécio Magalhães, secretário de Atenção à Saúde do ministério. “A nossa impressão é que seja pontual”.
Não há um levantamento nacional de casos de beribéri porque a notificação pelos médicos não é obrigatória, explicou o secretário.
Os sintomas do beribéri são cansaço, falta de ar, dificuldade de caminhar e dores nas pernas. A doença pode afetar o coração e levar à morte. O tratamento é a aplicação na veia e por via oral de vitamina, encontrada em alimentos como cereais, leite, ovos e peixe.
Os técnicos do ministério vão percorrer, até maio, comunidades indígenas de Roraima, as cidades de Araguaína e Tocantinópolis, no Tocantins; e Imperatriz e Açailândia, no Maranhão.
A Secretaria de Saúde maranhense já iniciou a investigação de nove casos suspeitos de beribéri registrados de 2011 até o início deste ano, de acordo com a superintendente de Epidemiologia, Maria das Graças Lírio.
Em 2006, o Maranhão enfrentou um surto de beribéri, com mais de 1,2 mil casos e 40 mortes. Na época, a causa foi uma toxina liberada por um fungo que contaminou uma produção de arroz, inibindo a absorção da vitamina B1. Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) constataram que a maioria das vítimas era homens de20 a30 anos de idade, que viviam nas cidades.
Nos últimos 20 anos, especialistas têm encontrado focos isolados da doença na população mundial. O médico holandês Christiaan Eijkman foi o primeiro a descobrir que o beribéri era decorrente de deficiência na alimentação. O nome da doença significa "não posso, não posso", na língua do Sri Lanka.
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