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Reportagem Mostra as Dificuldades dos Índios do Maranhão Para Conseguir Atendimento Médico

Data do post: 23/03/2012 17:02:06 - Visualizações: (1161)

O posto médico na aldeia Tiracambu, dos índios Awa-Guajá, região noroeste do Maranhão, foi desativado há tanto tempo que as macas estão sendo corroídas pela ferrugem.

          A tribo formada por 52 índios, a maioria crianças e idosos, vive praticamente isolada e sofre com a falta de médicos.

         No Maranhão, vivem cerca de 32 mil indígenas, que são obrigados a sair das aldeias quando precisam de atendimento médico. Quando chegam na cidade, o drama só aumenta.

         Maria Salete Krikati viajou cerca de 70 quilômetros em busca de atendimento na Casa de Apoio à Saúde Indígena de Imperatriz, sudoeste do Maranhão. Encontrou as enfermarias desativadas, camas enferrujadas, colchões rasgados, sem lençol, e banheiros sujos.

         Maria Aurora veio de mais longe, viajou cerca de 300 quilômetros para fazer uma cirurgia de catarata, mas corre o risco de perder a visão por causa da demora no atendimento.

          Os indígenas também se queixam da falta de transporte para os pacientes. Uma ambulância foi abandonada, enquanto mulheres e crianças se arriscam em uma viagem perigosa na carroceria de uma caminhonete da Fundação Nacional de Saúde.

          O Ministério Público Federal entrou com ação civil pública na justiça em 2008 cobrando providências na Casa de Apoio à Saúde Indígena de Imperatriz.

Arão Guajajara         Segundo Arão Guajajara, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena, falhas na política de assistência aos índios provocam sérias consequências nas aldeias. “O alcoolismo, a questão da prostituição, a contaminação de algumas pessoas com HIV, a questão social com crianças e adolescentes, há crianças nos municípios catando lixo. Quem vai dar uma resposta a esse problema social?”, questiona.

         Lucínio Brito Carmona, chefe do Distrito Sanitário Especial Indígena do Maranhão, reconhece as carências no atendimento aos índios e promete uma solução. "Vamos levantar a real situação da saúde indígena e ainda este ano, vamos construir a Casa de Apoio à Saúde Indígena e um posto de saúde".

        A Justiça do Maranhão deu um prazo de 120 dias para que o Governo Federal, por meio da Funasa, melhore a assistência à saúde dos índios.

Globo Rural

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