A tribo formada por 52 índios, a maioria crianças e idosos, vive praticamente isolada e sofre com a falta de médicos.
No Maranhão, vivem cerca de 32 mil indígenas, que são obrigados a sair das aldeias quando precisam de atendimento médico. Quando chegam na cidade, o drama só aumenta.
Maria Salete Krikati viajou cerca de 70 quilômetros em busca de atendimento na Casa de Apoio à Saúde Indígena de Imperatriz, sudoeste do Maranhão. Encontrou as enfermarias desativadas, camas enferrujadas, colchões rasgados, sem lençol, e banheiros sujos.
Maria Aurora veio de mais longe, viajou cerca de 300 quilômetros para fazer uma cirurgia de catarata, mas corre o risco de perder a visão por causa da demora no atendimento.
Os indígenas também se queixam da falta de transporte para os pacientes. Uma ambulância foi abandonada, enquanto mulheres e crianças se arriscam em uma viagem perigosa na carroceria de uma caminhonete da Fundação Nacional de Saúde.
O Ministério Público Federal entrou com ação civil pública na justiça em 2008 cobrando providências na Casa de Apoio à Saúde Indígena de Imperatriz.
Segundo Arão Guajajara, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena, falhas na política de assistência aos índios provocam sérias consequências nas aldeias. “O alcoolismo, a questão da prostituição, a contaminação de algumas pessoas com HIV, a questão social com crianças e adolescentes, há crianças nos municípios catando lixo. Quem vai dar uma resposta a esse problema social?”, questiona.
Lucínio Brito Carmona, chefe do Distrito Sanitário Especial Indígena do Maranhão, reconhece as carências no atendimento aos índios e promete uma solução. "Vamos levantar a real situação da saúde indígena e ainda este ano, vamos construir a Casa de Apoio à Saúde Indígena e um posto de saúde".
A Justiça do Maranhão deu um prazo de 120 dias para que o Governo Federal, por meio da Funasa, melhore a assistência à saúde dos índios.
Globo Rural