A obra é essencial para viabilizar a Hidrovia Tocantins/Araguaia e a efetivação da plena função das eclusas de Tucuruí e assim agilizar a implantação do pólo industrial de Marabá.
Há duas décadas, o Pará luta em defesa da hidrovia do Tocantins/Araguaia. A primeira iniciativa de vulto com esse objetivo foi o Projeto de Desenvolvimento Integrado da Bacia do Araguaia/Tocantins (Prodiat), estudo realizado entre 1981 e 1984 por acordo de cooperação técnica entre o governo brasileiro e a Organização dos Estados Americanos (OEA), com financiamento do Banco Mundial. Esse projeto tinha por objetivo integrar social, política e economicamente as regiões Norte e Centro-Oeste.
Anos depois, já no início da década de 1990, quando Jader Barbalho era governador do Estado, foi entregue ao então presidente da República, Fernando Collor de Mello, um projeto que integraria a Bacia do Prata à Foz do Amazonas. De acordo com Barbalho, esta seria uma proposta de integração nacional.
Em 2011, depois que o governo federal anunciou ter retirado do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) os recursos que permitiriam a realização da dragagem do rio Tocantins, a bancada federal paraense, juntamente com o governo do Estado, se mobilizou para tentar reverter a decisão.
O senador Jader Barbalho ficou muito feliz com a recomendação ao Ministério dos Transportes, considerando que foi ele o responsável pelos recursos no orçamento da União, bem como os recursos da Eletronorte, que acabaram por viabilizar as eclusas de Tucuruí.
“Não tenho a menor dúvida de que a presidente Dilma deu toda a atenção à carta que lhe enviei sobre a relocação dos recursos do PAC para o derrocamento do Pedral do Lourenço do rio Tocantins. Esta é uma vitória da classe política do Pará, que cumpre o seu dever de lutar por um projeto importante que é a navegabilidade do rio Tocantins com aproveitamento racional das eclusas de Tucuruí. Não vamos ficar quietos enquanto a recomendação da presidente da Dilma e da ministra do Planejamento par ao Ministério do Transporte não seja materializada. Afinal de contas, esta obra estava no PAC e foi retirada, e graças à nossa luta agora está havendo a determinação de priorizá-la novamente”, disse.
CONFIRMAÇÃO
O anúncio do investimento foi feito em uma reunião entre Miriam Belchior e os senadores Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do Governo no Senado, e Flexa Ribeiro, do PSDB do Pará. A ministra informou, inclusive, que já autorizou o Ministério dos Transportes a realizar a licitação para o projeto executivo do derrocamento. Além do derrocamento, ela informou que o governo federal também irá realizar a dragagem do rio Tocantins. A obra é necessária para permitir a movimentação dos comboios de grande porte, tanto à montante da barragem de Tucuruí, próximo a Marabá, como à jusante, principalmente na época de níveis mínimos de água liberada, quando se faz necessária a navegação pelo canal principal do Tocantins.
“Entendemos que as obras são importantes não só ao Pará, mas também para outros Estados e ao Brasil. Por isso, analisamos o caso, foi feita uma reavaliação e iremos tocar as obras”, justificou a ministra.
Para Flexa Ribeiro, a informação acaba com dúvidas que surgiram acerca da efetiva implementação da Alpa (Aços Laminados do Pará), a siderúrgica da Vale, em Marabá. “Agora, a Vale não tem mais desculpas. Tem o dever e a obrigação de acelerar a obra da siderúrgica”, disse.
Diário do Pará