Após a prisão em flagrante de Luiz Guimarães Viana Carneiro de 41 anos, e Claudio Alves da Silva de 34, a polícia civil concentrou as investigações para tentar descobrir os comparsas que davam suporte aos falsários em Tocantinópolis chegando aos irmãos Alexandre Ferreira Cadeira e Dércio Ferreira Cadeira.
Com o desenrolar das investigações comandadas pelo próprio delegado regional Dr. Tiago Daniel de Morais, a polícia chegou á dois despachantes que supostamente faziam parte do esquema, sendo estes os responsáveis por conseguir os endereços falsos no município e também por agilizar as transferências irregulares dos veículos trazidos por Luis Guimarães e Claudio Alves sendo que este ultimo é despachante em Imperatriz (MA).
Segundo informações da PC, no celular de Cláudio haviam contatos de pessoas que possivelmente fazem parte quadrilha e dentre eles constava um número do despachante de Tocantinópolis de nome Alexandre Ferreira Cadeira,
Depois de serem convocados a prestar depoimentos tanto Alexandre Cadeira conhecido como “Cadeirinha” e seu irmão Dércio Ferreira Cadeira foram presos pelo crime de falsidade ideológico e estão presos na cadeia pública de Tocantinópolis.
A chegada dos dois irmãos na cadeia desencadeou ondas de reclamações de parentes de outros detentos que relatam que a dupla está sendo privilegiada por ter certas amizades com pessoas que trabalham na carceragem recebendo certas regalias que não são dadas a outros presos.
O Esquema
Todo o esquema foi descoberto quando a Polícia Civil (PC) de Tocantinópolis prendeu em flagrante, no início da noite da segunda-feira, 21 de Setembro, Luiz Guimarães Viana Carneiro, 41 anos, e Claudio Alves da Silva, 34 anos, conhecido como “Neguin”, pelos crimes de apropriação indébita e falsidade ideológica. A operação foi chefiada pelo delegado regional Tiago Daniel de Moraes.
Segundo o delegado, a PC recebeu uma ligação de uma empresa informando que o veículo Ford EcoSport, 2015/2015, FED 2874/SP, havia sido locado no Estado de São Paulo e acabara de ser indevidamente transferido para a pessoa de Benedito Sousa da Silva, no Detran de Tocantinópolis-TO. E, conforme a empresa, isso só seria possível com a falsificação do documento de venda do veículo, uma vez que o documento verdadeiro estaria em poder da empresa locadora.
Diante das informações, a PC iniciou buscas ao veículo, que foi encontrado, por volta de 18h30min, estacionado em frente ao Detran de Tocantinópolis, já com a placa do Estado do Tocantins. Minutos depois, chegaram dois indivíduos que foram abordados quando adentravam no veículo e se identificaram como Benedito Silva, que seria o novo proprietário do veículo, e Cláudio da Silva, despachante.
Na delegacia, constatou-se que o documento de identidade apresentado por Benedito era falso. Enquanto Claudio trazia consigo dois pares de placas de veículo com seus respectivos lacres, três selos de autenticação de firma do Tribunal de Justiça do Maranhão, e três Certificados de Registro de Veículos (CRV) e Certificados de Registro e Licenciamento de veículos (CRLV), falsos, emitidos naquele dia 21, de veículos pertencentes outra empresa de locação de veículos.
Ao ser interrogado, Benedito, que no dia seguinte foi identificado como Luiz Guimarães Viana, preferiu ficar em silêncio. E Claudio, que se apresentou como despachante da cidade de Imperatriz-MA, não soube dizer quando pegou as referidas placas com os lacres encontradas em sua bolsa e nem em quais veículos seriam utilizados e que os selos de autenticação de firma do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão eram usados quando estes estivessem em falta nos cartórios.
No dia seguinte, a Polícia Civil ainda encontrou, na posse dos suspeitos, um Ford Focus 2015, avaliado em R$ 70 mil. Este veículo pertenceria à essa segunda empresa de locação de automóveis e foi apreendido pela PC. Já o veículo EcoSport 2015 foi avaliado em R$ 68 mil e também foi apreendido para ser entregue ao seu verdadeiro dono. Os suspeitos foram autuados em flagrante e, em seguida, encaminhados para a Cadeia Pública de Tocantinópolis.
O delegado informou que as investigações vão prosseguir para buscar novas informações sobre outros veículos e outras pessoas envolvidas nas referidas práticas criminosas, que podem ter causado prejuízo de quase R$ 500 mil às duas empresas, sendo que a Polícia Civil de Tocantinópolis já conseguiu diminuir esse prejuízo em quase R$ 140 mil.