Vítima, de 22 anos, foi esfaqueada na porta de casa, em Três Ranchos, GO. Ela havia se separado há dez dias após ser agredida; suspeito está foragido.
O pedreiro Reges Júnior Emídio da Silva, de 25 anos, é suspeito de matar a facadas a ex-mulher, a balconista Laila Aparecida da Silva Sousa, de 22, por não aceitar o fim do casamento. Segundo a Polícia Civil, eles se separaram dez dias antes do crime, após a vítima ter sido agredida dentro de casa, em Três Ranchos, no sudeste de Goiás.
A Justiça expediu, na quarta-feira (7), um mandado de prisão contra o jovem. “Tudo indica que se trata de um crime passional. Ele havia falado com familiares que não estava suportando ficar separado, que não aceitaria”, disse o delegado responsável pelo caso, Vitor Magalhães.
O crime aconteceu na segunda-feira (5). Desde então, o pedreiro não é visto. Laila foi esfaqueada na casa da mãe dela, também em Três Ranchos. Ela chegou a ser socorrida e encaminhada à Santa Casa de Catalão, onde morreu.
Segundo o delegado, a análise pericial aponta que ela foi esfaqueada na porta de residência. Magalhães acredita que Reges estava escondido no quintal do imóvel, esperando a vítima chegar do trabalho para abordá-la.
“Achamos uma camisa, o celular e o chinelo dele no quintal. É como se ele estivesse escondido, tirou a camisa, o celular e foi para encontrá-la, mas depois não deu tempo de pegar”, explicou o delegado.
Ninguém estava na casa no momento do crime. Apesar de não ter câmeras de segurança na região, vizinhos viram Reges fugindo do local com a faca na mão, como contou o irmão da vítima, Samuel Felício Souza.
“Ela saiu correndo para fora e caiu na calçada do vizinho pedindo socorro. Muita gente viu ele correndo com a faca na mão, descalço e sem camisa”, disse Samuel. A faca usada no crime não foi localizada.
De acordo com o depoimento de familiares das vítimas, Laila e Reges se relacionavam há cerca de 10 anos. Eles têm um filho de 5 anos.
Separação
Parentes contaram que a balconista saiu de casa, com o filho, no último dia 25 de setembro, após ser agredida pelo marido. A balconista registrou o caso na Polícia Civil. “A vítima disse que eles estavam conversando e ela foi agredida com um soco”, contou Magalhães, que também é responsável pelo caso de agressão.
Ao ser interrogado, o pedreiro negou o crime. “Ele alega que estava conversando, ele a empurrou e ela tropeçou e bateu a cabeça na parede”, disse o delegado.
Na ocasião, a vítima solicitou medida protetiva de urgência. A Polícia Civil encaminhou a solicitação ao Judiciário em 29 de setembro, mas ela não chegou a ser expedida.
O inquérito sobre esta agressão foi concluído e remetido ao Poder Judiciário nesta quinta-feira (8). A Polícia Civil o indiciou pelo crime de lesão corporal no âmbito da convivência familiar, que prevê pena de três meses a três anos de prisão. Assim, caso seja comprovado o homicídio, ele responderá pelos dois processos.
Tentativa de homicídio
Laila já tinha sido vítima de outra agressão, em 2013. Segundo o irmão da vítima, Reges tentou mata-la. Na época, o pedreiro chegou a ser preso, mas foi liberado após um pedido da balconista.
“Ela pediu medidas protetivas, mas, ao ser ouvida pelo juiz, solicitou que fosse solto porque, segundo ela, eles tinham feito as pazes”, relatou o delegado.
O irmão de Laila conta que ela tinha medo das ameaças do marido. “Ela voltou, passou um tempo eles se separaram de novo. Ela voltava com ele por causa de ameaça. Ficava com medo e voltava”, disse Samuel.