O projeto foi a votação com a presença de apenas 7 dos 11 vereadores, sendo que a favor votaram os vereadores Vicente Morais, Zé Raimundo do Dertins, e Eleny, e contra votaram Zullias Amoury, Mardônio Vilanova e Francisco de Assis.
Com o empate, coube ao presidente da casa vereador Aderson Marinho, o popular Buxim, fiel escudeiro do atual prefeito Fabion, principal interessado na aprovação do projeto, desempatar, e sem pestanejar, o vereador "Companheiro", votou a favor do projeto.
Com o resultado de 4x3, o projeto segue para a segunda votação que acontecerá nesta sexta feira (09), onde os opositores ao regime de previdência própria, sonham em ver os quatro vereadores faltantes aparecerem nesta penúltima sessão do mês, já que Gideon Lourenço e Elson Ribeiro sinalizaram anteriormente, serem ao contrário á aprovação do projeto.
A turma do contra tenta ainda convencer o vereador Gerri do Ribeirãozinho a também votar contra, já que o mesmo também é funcionário público municipal e será um dos impactados futuramente caso haja uma má gestão.
O representante do Povoado Ribeirãozinho só compareceu a uma sessão das três que aconteceram, mesma situação de Elson Ribeiro e Gideon, mas, pelo menos o vereador Gideon, é sabível por parte da população de que o mesmo tem um problema na visão e segundo informações os mesmo está em tratamento na capital Palmas.
A vereadora Eleny foi uma das que votaram a favor mesmo sendo funcionária do município, mais os motivos dela, "Eleny" querer que o regime seja implantado, é pelo simples fato de que se a bomba explodir futuramente ela não será impactada, já que a camarista é também Agente de Saúde e por ocupar através de um processo seletivo, a lei não permite que ela passe para o regime próprio e permaneça vinculada ao INSS.
O vereador Zullias, que faz parte da base do atual prefeito, por ser professor e por ter se sensibilizado á situação atual e possível situação futura, havia solicitado através de requerimento que fosse feita uma audiência pública com a participação dos servidores municipais, porém, seu requerimento foi ignorado e o projeto foi a votação com um plenário vazio, tendo como expectadores apenas quatro pessoas.
Aderson Marinho Neto o "Buxim", usou seu tempo para justificar o voto, dizendo que no Porto Franco (MA), onde seu tio "Adersinho", é prefeito o regime próprio de previdência está "as mil maravilhas", citando ainda: "Não tem nenhum funcionário reclamando, no mês de Julho agora aposentaram sete lá tudo beleza, na hora que precisam de um auxilio médico a previdência está em cima não precisa dessa cachorrada desse INSS que nem atende e só vive de greve, e está falido". Explicou Buxim.
Continuando seu discurso o presidente da câmara disse ainda: "Eu dei um tiro na certeza que vai dar certo, eu acredito que vai dar certo, e cada um tem sua opinião, e a minha foi essa, e respeito a opinião dos nobres vereadores".
Buxim ainda criticou a falta dos vereadores Gerri do Ribeirãozinho, Elson Ribeiro, Irmão do Lanche e Gideon Lourenço dizendo: "Se a bancada não está aqui completa, não é porque não estão sabendo não! Tem vereador aqui que vem uma vez na sessão. Vem duas vezes aqui porque vem no dia 20 buscar o dinheiro do pagamento, quando vem, porque as vezes manda depositar".
Assista no vídeo abaixo as explicações do vereador Buxim:
Após o encerramento da sessão, o vereador Francisco de Assis nos concedeu uma entrevista no qual citou que a derrota na primeira votação foi uma derrota da oposição e também dos servidores municipais que infelizmente não compareceram á sessão, mais que futuramente estes poderão sentir no bolso caso o projeto seja aprovado. Assis citou ainda que o projeto é de interesse apenas do prefeito Fabion, e que até mesmo o irmão de Fabion, o deputado estadual José Bonifácio que é um dos representantes do município e que também é procurador do INSS, já falou que o projeto é uma verdadeira "Barca furada, ou saco sem fundo". "Nós temos como exemplo o IGPREV, foi pedido informações á prefeitura de Porto Franco (MA), e nada nos foi dado, dificultaram as informações, e o prefeito atual Fabion está mostrando que ele quer fazer barba, cabelo e bigode em Tocantinópolis, tá certo que ele tem a maioria na câmara, mais eu como opositor vou ser contra hoje, vou ser amanhã, vou ser depois, e daqui até 500 anos se eu viver serei contra esse projeto". Desabafou Francisco.
Assis finalizou a entrevista dizendo que tem a certeza de que com a presença dos quatro vereadores que faltaram a sessão eles conseguirão reverter o placar, pois os mesmos já teriam confidenciado a Francisco que irão votar contra. "Eu não sei por quais motivos eles não estiveram na sessão, pode ter sido um motivo particular, mais nesta sessão do dia 09 eles poderão participar". Encerrou o camarista.
Assista a entrevista de Francisco de Assis no vídeo abaixo:
O vereador Mardônio Vilanova, mais um dos camaristas que votou contra, disse que um projeto dessa natureza deveria ser amplamente discutido com os servidores, que deveria ser amplamente amadurecido e dividido as responsabilidades com pelo menos seis meses de amadurecimento político, para que assim eles pudessem opinar, com embasamento técnico, discutido com quem já tem experiência em previdência própria. "Nós sabemos que tem vantagens e tem desvantagens, alguns mecanismos foram adotados através das emendas pra tentar proteger dos respectivos servidores o projeto que foi endereçado a esta casa por parte do atual prefeito. Mais o principal deles é que nós não temos garantia nenhuma, que o município vai repassar esses recursos hora descontados em folha desses servidores, então essa garantia por si só já sepulta o respectivo projeto". Explicou Vilanova.
Mardônio disse ainda que todos os vereadores sabem que deveria ter tido uma participação maior dos servidores, e que ele espera que na sessão desta sexta-feira (09), dê corum e que a maioria dos vereadores compareçam para que eles possam reverter a situação em prol dos servidores.
Vilanova citou ainda em outro trecho da entrevista que seus companheiros camaristas que votaram a favor do projeto estão apenas tentando agradar o prefeito: "Deveria prevalecer a razão, deveria realmente recair sobre os ombros desses vereadores a responsabilidade de dirimir o futuro desses servidores, é uma responsabilidade muito grande porque vai afetar a aposentadoria desses servidores a vida social desses servidores de seus familiares, dos seus parceiros, enfim. Então é necessário que esses vereadores pudessem através de uma sabedoria maior dividir as responsabilidades, ou seja, ouvir a opinião desses servidores, o quê que eles acham a respeito do respectivo plano previdenciário, para que a gente pudesse naquilo que eles falarem para nós, pudéssemos emitir um juízo e votar de acordo com o que eles quisessem, e não de acordo com a vontade do prefeito, que infelizmente o prefeito quer o quê? Ter acesso a esses recursos previdenciários para que ele possa gerir da melhor maneira possível a seu bel prazer, ter o controle total sobre a diretoria executiva e sobre a diretoria administrativa do respectivo fundo". Encerrou Mardônio.
Ouça a entrevista na íntegra no vídeo abaixo:
A sessão que poderá mudar os rumos da vida dos servidores municipais futuramente acontece nesta sexta-feira (09), e os camaristas que se opõem ao projeto estão aclamando que os servidores compareçam nesta sessão para que assim possam ver quem realmente estão do lado deles na casa de leis de Tocantinópolis.